PAULO CASTELO BRANCO
Registrado nos órgãos de saúde desde 1930, o Regulador
Xavier foi criado pelo farmacêutico João Xavier que desenvolveu o
medicamento, evitando o uso
indiscriminado de extratos vegetais e plantas medicinais. O fitoterápico, que continua nas prateleiras das farmácias, é
indicado para controle de distúrbios da menstruação que causavam e causam
crises mensais entre muitas mulheres.
O Regulador apresenta dois tipos específicos para cada
situação: o número 1 é indicado para o excesso, e o número 2 para a escassez.
Neste momento diário, e não mensal, o país sangra abundantemente
e quase não se encontra uma só pessoa que possa ou se atreva a assumir
compromissos de aplicar a dose certa do remédio que nos afastará da crise que
se espalha em todos os setores da sociedade.
Vivemos um tempo em que o excesso e a escassez são jogados
no liquidificador produzindo danos
piores do que o esperado, pois, além dos distúrbios, este mix também causa dor
de cabeça, medo, ansiedade, com a possibilidade de longos períodos afastados do
convívio familiar e social. Sem um celular para se ligar às redes sociais, os e
as pessoas atingidas pelo mal se refugiam em solitárias e sofrem, quase sem
assistência, os resultados dos excessos praticados e a escassez de caráter que
os fazem seres semelhantes.
O exagero de autoridades, ao acionar centenas de agentes
para caçar rebanhos nos campos minados da concorrência internacional,
prejudicou empresas, pessoas e o povo, sem apresentar resultados que possam
justificar os seus desatinos só comparados aos incômodos.
É evidente que houve escassez de bom senso e excesso de
autoridade. Se o ministro Blairo Maggi
não fosse experiente agricultor, acostumado a conviver com intempéries,
não há dúvida de que a vaca não estaria só atolada, mas teria sido engolida
pelo brejo.
É fato que o eficiente e eficaz desempenho do homem do
campo permitiu aos eleitores observar um político que sabe falar claro e seguro
sobre assunto sensível, demonstrando conhecimento e espírito público no
desempenho da função. Como sabe cavalgar, se continuar no bom campo, estará
pronto a selar o cavalo que chega veloz,
montando-o e guiando-o para o rumo certo.
Há, ainda, o excesso de investigados - acusados, réus e
condenados - que vieram dos píncaros do
poder e, hoje, empilhados em celas por escassez de espaço, de tão próximos, se
transformam de inimigos políticos a amigos de fé e esperança. Trocam segredos,
elaboram suas memórias, acordam que o primeiro a ser libertado deverá auxiliar
a família do que ficou, tudo nos moldes do praticado por criminosos que
escolheram o crime como atividade principal. Não há escassez de solidariedade.
Não se deve esquecer o excesso de leis, a escassez de
regulamentação, inclusive de preceitos constitucionais. Não se deve, também,
reconhecer o esforço descomunal do juiz Sérgio Moro e de seus pares que, sem
excessos e com destreza, fazem funcionar a balança da Justiça como agora ao
condenar Eduardo Cunha, hábil político pego com a mão na botija.
O país sobrevive com ajuda de aparelhos, e novos rumos
são apontados para que saiamos da encruzilhada político-social e econômica,
mesmo com a oposição se excedendo em discursos e ameaças, preparando-se para,
novamente, tentar nos golpear com suas propostas retrógradas e corruptas.
O presidente Temer usa o velho remédio em dosagens
certas, respeitadas as regras da bula: número 1 excesso, número 2 escassez, sem
precisar correr sangue, como pregam alguns revolucionários preparados para a
guerra.
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