Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Mais de 1,2 milhão de adolescentes morrem por ano, a
maioria de causas que poderiam ser evitadas, segundo a Organização Mundial da
Saúde, OMS. Nesta terça-feira, a agência da ONU divulgou um relatório
explicando que dois terços dessas mortes ocorrem em países de rendas baixa ou
média na África e no sudeste da Ásia.
Acidentes de trânsito são a principal causa de morte
entre adolescentes dos 10 aos 19 anos de idade. Em 2015, foram quase 115 mil
vítimas. Na sequência estão infecções respiratórias; suicídio ou morte
acidental por auto-mutilação; complicações da diarreia e afogamento.
Diferenças
Mas a OMS destaca que as diferenças regionais são
grandes. Na África, por exemplo, mais adolescentes morrem por HIV, meningite ou
diarreia do que por acidentes nas rodovias.
Na Europa e no sudeste asiático, a auto-mutilação é a
principal ou a segunda causa de morte entre adolescentes dos 15 aos 19 anos.
Garotas
Se for avaliada a situação específica das meninas,
principal causa de morte entre adolescentes de 10 a 14 anos são infecções
respiratórias como pneumonia. Já as complicações da gravidez, como hemorragia,
abortos inseguros ou problemas no parto são os principais fatores de morte
entre garotas entre 15 e 19 anos.
A OMS destaca que os jovens muitas vezes têm
responsabilidades de adultos, como cuidar dos irmãos e trabalhar. Muitos
adolescentes acabam abandonando a escola ou se casando muito cedo. Desnutrição,
ferimentos, gravidez, doenças, violência sexual e problemas de saúde mental são
algumas das complicações.
Recomendações
A agência da ONU defende que os sistemas de saúde e de
educação sejam melhor capacitados para atender os adolescentes.
Algumas das recomendações são: educação sexual
compreensiva nas escolas; aumentar a idade mínima para consumo de álcool;
tornar obrigatório por lei o uso de cinto de segurança e de capacetes; reduzir
o acesso a armas de fogo; diminuir a poluição interna do ar e aumentar o acesso
à água potável e ao saneamento.
O guia foi produzido pela OMS em parceria com outras
agências da ONU, como Unaids, Unesco, Unicef, Unfpa, ONU Mulheres e Banco
Mundial.
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