Cerca de R$ 11 milhões bloqueados de contas de Adriana
Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, estão disponíveis para
a 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, por determinação do juiz Sergio
Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Em junho passado, Moro absolveu a
ex-primeira dama do Rio da acusação de lavagem de dinheiro, mas determinou que
todos os valores bloqueados em contas pela Lava-Jato fossem transferidos para a
conta judicial da 7ª Vara Federal.
Só na última sexta-feira, porém, a medida foi efetivada.
O motivo é que, quando Moro proferiu a sentença, R$ 10 milhões estavam em um
fundo de investimento no Itaú Unibanco, cujo vencimento era no último dia 19 de
julho. Se fosse retirado antes do prazo de resgate, haveria prejuízo. O banco
informou a situação e o juiz determinou que se esperasse o vencimento da
aplicação financeira. Determinou então que a consolidação de valores para a
Justiça Federal do Rio fosse feita em 21 de julho, a última sexta-feira.
Os R$ 10 milhões do fundo se somarão agora a cerca de R$
1 milhão já depositados na conta judicial da Justiça Federal do Paraná e a
transferência foi efetuada.
Ao proferir a sentença, que absolveu Adriana Ancelmo e
condenou Cabral, Moro ressaltou que o bloqueio de ativos teve resultado quase
pífio em relação aos principais acusados, salvo em relação à ex-primeira dama e
à empresa dela, a Ancelmo Advogados.
Por isso, embora tenha absolvido Adriana, Moro lembrou na
sentença que ela ainda responde a acusações de corrupção e lavagem na Justiça
do Rio, onde pode ser condenada, já que nessas ações está envolvido seu
escritório de advocacia, suspeito de fechar contratos fictícios de prestação de
serviços. "Assim, considerando que os valores podem constituir produto de
crime de lavagem submetido a outro Juízo, cumpre, ao invés de determinar a
liberação do valor bloqueado, colocar o numerário à disposição do Juízo da 7ª
Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro".
Os valores permanecem depositados em conta judicial até o
trânsito em julgado das sentenças. Se Adriana Ancelmo for absolvida, são
devolvidos a ela. Se for condenada, retornam aos cofres públicos.
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