Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
Em 18 de julho de 2013, as Nações Unidas organizaram uma
cerimônia em Nova Iorque para marcar o Dia Internacional Nelson Mandela.
Participantes de alto nível incluindo o ex-presidente dos
Estados Unidos, Bill Clinton, discursaram sobre sua amizade com o ex-líder da
África do Sul, que viria a falecer naquele mesmo ano em 5 de dezembro em sua
terra natal.
Após a cerimônia, os repórteres Eleutério Guevane e Monica
Grayley da ONU News (naquela época ainda chamada de Rádio ONU) realizaram uma
breve entrevista com o ex-presidente Clinton. A ONU News divulga pela primeira
vez na íntegra.
Leia a declaração:
ONU News: Senhor Presidente, somos a Rádio ONU. Qual foi a
lição mais importante que Nelson Mandela lhe ensinou?
Bill Clinton: Para mim, pessoalmente, foi a de que você não
pode servir a outros enquanto você não se libera internamente de todos os seus
ressentimentos e todos os seus sentimentos negativos. Você tem que estar aberto
às possibilidades que cada novo dia lhe traz e fazer o máximo disso.
E a segunda coisa que, penso que ensinamos um ao outro
durante a última década, é que nós continuamos (com a política). Mesmo não
estando em cargos públicos, nós não deixamos de ajudar e fazer alguma coisa
boa.
Dez anos atrás, fará 10 anos amanhã, eu realizei a palestra
de inauguração da Fundação dele sobre tudo isso. E nós nos divertimos da mesma
maneira, nos últimos 10 anos, que quando estávamos no poder. Isso foi bom. Ele
me ensinou muito.
Mas a primeira coisa foi: nunca entregue sua mente ou seu
coração a ninguém. Não deixe que as ações ou as palavras de ninguém mudem a
forma como você sente sobre suas obrigações de viver de uma determinada
maneira. Suas obrigações de alcançar outras pessoas. E ele conseguiu fazer isso
contra situações extraordinárias e melhor do que qualquer pessoa que eu
conheço. É um presente duradouro para a humanidade.
Nunca havia existido nada semelhante antes.
Ghandi também fez o mesmo como um líder mundial, e ele
sofreu antes de se tornar presidente, e então ele foi morto, naturalmente, pelo
que fez como líder da Índia.
Mas apenas Mandela teve essa espécie de alma purificada
durante 27 anos. Pouquíssimas pessoas poderiam fazer isso. E ele conseguiu.
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