O mundo passa fome: crianças - muitas, milhares, milhões - sem o pão!... O desemprego ronda o planeta... Aliás, cerca o mundo da terra nossa!... São desigualdades sociais!
Nascemos todos iguais, mas somos desiguais!... Diferentes!...
Nunca houve tantas desigualdades sociais no mundo quanto hoje, principalmente
aqui no Brasil...
Tanta fome! Tanta fome!... Ah! Meu Deus!
Abro as páginas da ONU e vejo o mapa da fome...
Nas páginas do Vaticano vejo o incansável Papa Francisco
pedindo paz, amor, solidariedade, fraternidade e fim das desigualdades sociais.
Olho para o Brasil e deparo um quadro de destruição da
Pátria, dos nossos princípios, destruindo o futuro da grande Nação!
Meus neurônios choram!... Há uma desesperança neste
País...
Pedimos oração: “Senhor Deus!... Amado Pai Criador!... Amada mãe terra... Amada mãe água!... Sagradas forças do Universo... Oh Deus!... Dai a todos nós um mundo melhor, sem as violências das guerras, um mundo mais justo...,
de paz, harmonia e amor!”
Parado!... Ainda com a energia da oração!... Sentado à sombra do cajueiro daqui do quintal de
casa, com um vento suave da manhã que vem de não sei de onde, reflito sobre o
mundo de hoje...
Abro o blog do meu amigo João Batista Azevedo, poeta e
escritor, filho de São João Batista, e leio o artigo de outro poeta, meu
querido amigo, também escritor e poeta Cunha Santos, com o título: "Salário de
Neymar é um desrespeito com a humanidade..."
Leio mais uma vez o artigo abaixo:
Salário de Neymar é um desrespeito com a humanidade
Por Cunha Santos
(Do blog de João Batista Azevedo)
“A bola rola e é gol da fome”, disse uma vez o poeta
tangido pela pobreza circundante em seu país quando, em pleno vigor da ditadura
militar o “escrete canarinho” era usado para mascarar de democracia um regime
de exceção e doirar situações extremas de penúria, torturas, mortes e
autoritarismo.
A “pátria de chuteiras” orgulha-se agora de donatária do
craque mais caro do mundo. O passe de Neymar custou mais de R$ 800 milhões e
seu salário alcançará a estratosférica quantia de R$ 115 milhões por ano. Isso
dá um salário mensal de cerca de 9,5 milhões de reais. E sendo mais específico
ainda, ele ganhará o equivalente a R$ 319 mil reais por dia.
Ou ainda cerca de
13.200 reais por hora. O craque receberá, por um contrato de 5 anos, algo além
de meio bilhão de reais. Toda essa enormidade de dinheiro para chutar na
direção certa uma bola de futebol.
Nesse mundo de guerras fratricidas provocadas pela
miséria, de fome e desemprego, de crianças sem escola, sem saúde e sem
alimento, de refugiados se afogando em marés de inanição, não me parece que
esse deva ser um motivo de orgulho para o Brasil. Nem para o Brasil, nem para o
Paris Sain’t Germant, nem para a Espanha, nem para país nenhum.
É um desrespeito, uma humilhação para com uma humanidade
cuja maior parte navega um mar de desgraças e muito sofrimento. No Brasil em
que a pusilanimidade política faz com que uma Reforma Trabalhista corroa
direitos seculares dos trabalhadores e uma Reforma Previdenciária pretende
transformar aposentados e pensionistas em velhos esmolengos disputando moedas,
esse monumento ao capitalismo selvagem e à alienação soa como crime nas panelas
e pratos vazios do subemprego e da desnutrição.
Observo que quase 1 bilhão de pessoas ainda sofrem com a
fome em todo mundo, vivendo com menos de 1,25 dólares por dia e que o Brasil
está entre os 21 países mais miseráveis do planeta. Conferir um salário
equiparável a um prêmio da Mega Sena acumulada, todos os anos, a um único ser
humano é primeiro reconhecer o fracasso prático e teórico de todas as boas
intenções, todas as políticas de elevação moral e espiritual do homem.
Esse espetáculo, o futebol, que altera níveis de
adrenalina ao redor do mundo e reúne multidões incalculáveis em suas arenas
romanas, certamente merece seus heróis. Mas sinceramente a fila de aleijados e
desassistidos nas portas dos hospitais da América do Sul, os esqueletos
ambulantes da África Oriental, a adolescência e a infância tangidas ao crime
pela fome e desorientação também são espetáculos, se não dignos de euforia e
supremação, pelo menos de assistir e observar.
“Neymar não tem nenhuma culpa disso”, dirão muitos ou
todos. Sim, ele não tem culpa. Ninguém tem. São esses apenas testemunhos
infalíveis de que, diante de Deus, ou da ideia de Deus, a humanidade fracassou.
Mas é gol. O mundo grita gol, o Brasil grita gol, ninguém
está obrigado a refletir sobre nada disso. Vamos comemorar.
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