Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
Migrantes atravessando a fronteira entre o México e os
Estados Unidos estão morrendo em um índice mais rápido em 2017 do que em anos
anteriores.
Os dados são do Projeto Migrantes Desaparecidos do Centro
Global de Análise de Dados sobre Migração da Organização Internacional para
Migrações, OIM, uma agência da ONU.
Mortes
A investigadora do centro, Julia Black, informou nesta
semana que 232 mortes foram registradas nos primeiros sete meses de 2017, um
aumento de 17% em comparação às 204 mortes entre janeiro e julho do ano
passado.
Black adicionou que 50 corpos teriam sido descobertos em
julho, o maior número mensal até o momento. Os corpos foram localizados em toda
a região da fronteira.
Segundo Julia Black, nove vítimas estavam em diversas
localidades ao longo do Rio Grande, 10 num caminhão em San Antonio, Texas, e 16
em outros locais do estado americano.
Outros 15 foram descobertos no Condado de Pima, no
Arizona, uma travessia conhecidamente perigosa, onde as temperaturas passam dos
38º Celsius entre maio e setembro. Até o momento em 2017, 96 corpos foram
encontrados nesta região.
Preocupação
Segundo Black, estes números são especialmente
preocupantes considerando que, de acordo com dados da patrulha de fronteira dos
Estados Unidos, menos migrantes parecem estar atravessando para o país este
ano.
A patrulha deteve 140.024 migrantes entre janeiro e junho
deste ano, cerca de metade do número registrado nos primeiros meses de 2016.
"Sonho Americano"
O Projeto Migrantes Desaparecidos da OIM registrou mais
de 1250 óbitos de migrantes na fronteira entre México e Estados Unidos desde
2014.
A equipe do projeto ressaltou que cada uma dessas mortes
é uma tragédia individual que serve de lembrete dos muitos migrantes que
continuam a arriscar suas vidas em busca do chamado "sonho
americano".
Embora as mortes de migrantes na fronteira entre Estados Unidos e México
represente 65% do número total registrado nas Américas, o projeto da OIM afirma
ser provável que muitas mortes de migrantes ocorram nas Américas Central e do
Sul e não sejam registradas.
O órgão citou que vários corpos, que acredita-se sejam de
migrantes, foram vistos boiando na costa da Nicarágua, na terça-feira. Um
migrante morreu perto de Oaxaca, no México, no domingo após ser atingido por um
trem; outro, de El Salvador, foi morto a facadas.
O documento informa ser provável que o número real de
fatalidades de migrantes em 2017 seja maior que os dados do Projeto indicam.
Julia Black afirmou que, "infelizmente, isto é verdade para todas as
regiões do mundo".
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