Jorge Oliveira
Brasília - Eis uma pergunta que todo eleitor faz hoje: em quem votar nas eleições deste ano? Feche o nariz, mas vá às urnas, pois você será responsável pelo presidente que vai dirigir o seu destino durante os próximos quatro anos. Se não prestar, mande para casa como já foi feito com outros dois presidentes depois da redemocratização. É assim mesmo: não presta, rua. Nem por isso, o país descambou para quebra da ordem institucional e social. Continua aguentando a bagunça aos trancos e barrancos mesmo com um presidente preso. Esses episódios, lamentáveis, só atestam o fortalecimento da nossa democracia ainda juvenil depois do anos de chumbo.
Quando a gente avalia os candidatos que estão por aí é de
cortar o coração. Olha só a lista: Manuela, Boulos, Ciro, Bolsonaro, Alckmin,
Maia, Marina, Flávio (Riachuelo) Lula & companhia, e dezenas de outros que
não entram nem em campo quando o juiz apitar o jogo. Nesse balaio de gatos tem de
tudo: esquerda, direita, centro, neutro e tontos. Isso mesmo, alguns tontos
que, de quatro em quatro anos, se fantasiam de candidatos para falar bobagem no
horário eleitoral na qualidade de laranja.
Poderíamos dizer aqui que o Brasil parou nos últimos quatorze
anos. E não estaríamos faltando com a verdade. Depois que o PT chegou ao poder,
as lideranças sucumbiram. Aqueles que ensaiaram caminhar com os próprios pés,
que diziam ter ideias próprias e propostas renovadoras para o país
entregaram-se ao clientelismo petistas e ao sindicalismo de conchavos e
cooptação. As centrais dos trabalhadores se transformaram em arapucas
entulhadas de pelegos e fisiológicos. No Congresso Nacional contam-se nos dedos
os políticos arejados e articulados com os anseios da sociedade. E, hoje, o
Brasil tem escassez de um comandante para tocar o barco à deriva.
Nesse emaranhado todo, surge uma lista de candidatos
messiânicos que querem salvar a pátria, como se fosse fácil mudar as regras do
jogo em quatro anos. Não, não é. O Brasil só ainda não quebrou totalmente
porque é a oitava economia do mundo, mas caiu dez posições nos últimos cinco
anos no ranking de países mais competitivos, perdendo até para a Mongólia. Essa
desidratação ocorreu por causa dos administradores medíocres, desonestos e
chefes de organização criminosa que ocuparam a Nação. Nos últimos anos, a nossa
economia esteve sob a orientação de um médico, corrupto confesso, o senhor Antonio Palocci, e sobreviveu.
Depois, entregue ao fundamentalista Guido Mantega, também não quebrou, mas
ficou pré-falimentar. Mostrou-se mais resistente ainda quando esteve sob os
auspícios (hospício?) de Dilma Rousseff.
O eleitor, coitado, não terá muita opção para votar este
ano. Acenou que poderia optar pelo ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, quando
lhe garantiu entre 9% e 10% dos votos nas pesquisas sem ele se declarar
candidato. Os percentuais assustaram o pré-candidato que viu nos números
iniciais as chances de crescer e – quem sabe –virar presidente da república.
Entre ter a sua vida virada pelo avesso por jornalistas e adversários, ele
preferiu descansar a coluna e aquietar-se, deixando a disputa para os
profissionais. Na história da política trata-se de um caso raro, o de um
pré-candidato que renuncia quando a sua curva de aprovação é crescente para se
firmar como candidato competitivo.
Falar dos candidatos que restaram é bobagem. Todos nós,
aqui, conhecemos um por um. Criticar ou não suas propostas seria outra falácia,
pois até agora nenhum deles apresentou propostas para o país que não fossem a
mesmice. Uns querem estatizar a economia, outros, neoliberais, mandar tudo para
o espaço. Os neutros mantêm-se silenciosos para não se contaminarem antes das
eleições, pois até lá querem se manter inatacáveis e não vão entrar em bola
dividida para preservar a imagem de santos intocáveis sobre o altar.
Alguns desses candidatos nanicos não vão estar nos debates,
pois a legislação eleitoral não permite que eles ocupem esse espaço por não
terem representantes no parlamento. Mas é facultativo à emissora convidá-los.
Portanto, vários deles estariam fora do debate por uma decisão unilateral da
direção da TV.
Diante desse quadro, o que você pretende fazer quando
outubro chegar? Se aceitar a minha humilde opinião, aqui vai uma sugestão:
vote, pois só assim você terá legitimidade para ir novamente às ruas e
arrancá-lo da cadeira se ele não prestar.
É a democracia, caro eleitor. Um dia – quem sabe – a gente
acerta.
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