Nacionalismo Populista e a Conta para os Pobres
Alex Pipkin, PhD*
Um traço recorrente dos populistas é a crença equivocada de que retórica e realidade são intercambiáveis. Lula, fiel a esse manual, transformou a disputa comercial com os Estados Unidos em palco para bravatas embaladas no “orgulho nacional” de boteco. É a diplomacia do balcão, com slogans inflamados sobre soberania, acompanhados de provocações calculadas, enquanto o país arca com as consequências.
O paradoxo é evidente. O presidente que se orgulha de nunca ter estudado, que admite não ler e jamais passou perto de livros — portanto, alheio a conceitos elementares como o da reatância psicológica — escolhe acirrar tensões justamente quando nações de peso no comércio global buscam Washington em busca de soluções pragmáticas.
Mais do que um erro estratégico, trata-se de uma escolha deliberada pelo isolamento. Isso não é novidade. Antes mesmo da reeleição de Donald Trump, Lula já o chamava de nazista, autoritário e fascista. Agora, espera que o insultado se comporte como parceiro confiável. O previsível se confirma: provocações atiçam o conflito e fecham portas.
Os setores mais vulneráveis — intensivos em mão de obra e já alvos do tarifaço do governo Trump — incluem a indústria calçadista, a produção de tabaco e a indústria bélica. Sem acesso ao mercado norte-americano, a consequência imediata será queda de preços, seguida por aumento de custos, retração de investimentos e fechamento de fábricas. Projeções apontam que até 179 mil empregos podem ser perdidos em seis meses, podendo chegar a 287 mil no médio prazo.
No Brasil, a falta de planejamento é crônica e estrutural. Não existe planejamento de Estado nem mesmo para governos passageiros, embora no governo anterior tenha havido alguma tendência à liberdade econômica. Com a chegada do governo Lula, essa ausência torna-se flagrante, desaparecendo o mínimo de orçamento sério, e o que prevalece é a imposição de uma agenda ideológica desgastada e ultrapassada, de viés marxista. Esse tempero ideológico agrava o amadorismo, conduzindo o país pelo mesmo caminho trilhado pela Venezuela: crises fabricadas, isolamento diplomático e um custo social devastador, que recai sobre a população mais pobre.
Essa postura seduz quem vive de manchetes e pesquisas de popularidade. Mas, como toda euforia artificial, vem a ressaca. E a conta recairá — mais uma vez — sobre quem menos tem: o trabalhador que verá o emprego desaparecer, a família que reduzirá gastos essenciais, o jovem que adiará seus projetos de vida. A diferença é que, de forma mais rápida do que antes, a percepção do fracasso dessa utopia lulopetista tende a se tornar clara para o povo.
O que temos é um “líder bravateiro” e sua trupe — populistas, irresponsáveis e incompetentes. Evidente, o povo paga a conta do projeto de poder lulopetista. Os alimentos, que já estão nas alturas, vão — não se sabe para onde — para o espaço. Energia e habitação cada vez mais caras, e uma conta social que se torna insustentável. A verdade é clara e dura: enquanto o lulopetismo faz espetáculo via marketing político e seu partido da mídia, o brasileiro comum sofre — e, pior, sofrerá ainda mais.
*Alex Pipkin é Professor PhD em Administração. Possui graduação em Comércio Exterior e Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
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