terça-feira, 12 de novembro de 2024

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Alma e corpo

 

Alma e corpo



Hélcio Silva

Poema

11 / 11 / 2024

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Alma, quem és tu que me envolves?

Nos soluços da noite, me apertas...

Sufocas meu corpo em febre ardente

Em teus laços, em teus dentes

Como um corpo doente, prisioneiro do teu ventre...

Que se fecha cruelmente

Até que jaz meu corpo na pedra quente

No sepulcro febril da vida que morreu...

E se foi também...

E do corpo morto, liberta-te para o além...

*****

domingo, 10 de novembro de 2024

Sabiá da mangueira

 

Sabiá da mangueira

Hélcio Silva

(10 / 11 / 2024)

 


Quero uma casa para morar

Mesmo no piso de terra para pisar

Uma janela aberta para olhar

Um sabiá da mangueira, sempre a cantar



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O TEMPO / Por Hélcio Silva

 

O TEMPO

Por Hélcio Silva

(21 / julho de 2016)

 10/11/2024


 

Nada é fora do tempo /

Tudo acontece nos limites do tempo /...

O nascer é só no tempo /

O crescer vem com o tempo/

O amor chega e se vai com o tempo/

A saudade fica por todo tempo/

 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Estrada Chiquitinho Figueiredo


Estrada Chiquitinho Figueiredo



Pelo ir das peugadas do Luiz ninguém o deterá como o principal nome para sucessor de Mecinho Soares nas eleições de 2028 pela prefeitura de São João Batista..., tudo por conta, principalmente, da nova estrada que ligará Anajatuba à baixada maranhense, encurtando a viagem em 120 km, já agora autorizada pelo governador Carlos Brandão. Essas peugadas começaram lá atrás com o projeto original que Luiz Figueiredo apresentou aos governos de Roseana e Zé Reinaldo que ligaria Bacabeira ao porto da Raposa, em São João Batista. Agora, o projeto original (de Luiz) virou uma estrada Anajatuba/ baixada maranhense. Eu li o projeto original do Luiz e acompanhei toda a luta... Essa história sei “de cor e salteado”... Eu até disse ao Luiz, em algum momento das nossas conversas sobre o assunto, que o nome da estrada deveria ser Chiquitinho Figueiredo, em homenagem ao ex-prefeito da cidade... 


sábado, 2 de novembro de 2024

O começo da revanche - Artigo de Ruy Castro, jornalista e escritor


O começo da revanche

Ruy Castro* 

Barra pesada à frente. Se Donald Trump for eleito presidente dos EUA na próxima terça-feira (5), um de seus primeiros atos será anistiar os desordeiros que ele instigou a invadir o Capitólio, em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021. No Brasil, Jair Bolsonaro pede aos deputados anistia para os golpistas que quase demoliram a Câmara no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. E, de passagem, como parte do pacote, pede anistia para si próprio, o que zeraria sua inelegibilidade e lhe permitiria candidatar-se em 2026.

Em sua defesa dos invasores do Congresso, do Planalto e do STF, Bolsonaro alega que eram patriotas que foram confundidos com criminosos ao lutarem por seus "ideais": pessoas humildes, pais de família, mães de seis filhos, idosos em cadeira de rodas. Não se sabe com quem aquelas senhoras deixaram os seis filhos para irem estripar poltronas ou como cadeirantes foram tão eficientes em vibrar porretes contra vidraças indefesas.

Caso consigam seus intentos, Trump e Bolsonaro estarão abrindo as portas para levantes contra qualquer medida do desagrado das massas, de direita ou de esquerda. Quem poderá criticá-las por tentarem dissolver na marra a tal medida? Washington viverá sob o signo do faroeste; Brasília, do cangaço. Armamento para as turbas não faltará —EUA e Brasil já são arsenais.

Se Trump vencer, os americanos terão saudade de sua primeira gestão. Tratará o pais como as mulheres que atacava no elevador, metendo-lhes a mão por baixo das saias. A anistia aos vândalos será só o começo da revanche. Seu ex-vice, Mike Pence, que barrou sua tentativa de melar a derrota para Joe Biden em 2020, será enforcado. Os porto-riquenhos, atirados ao mar. Os mexicanos terão de cavar túneis debaixo do muro para cruzar a fronteira. Mesmo os imigrantes legalizados serão castrados para impedir a procriação.

Quanto a Bolsonaro, sua anistia parecia remota. Não é mais. Setores do PT consideram que, por sua alta rejeição, ele será mais fácil de derrotar em 2026 do que outros nomes da direita, donde tramam para viabilizá-lo. Atitude de um partido a caminho mesmo do Z4.

Folha de São Paulo, 31/10/2024

Ruy Castro é jornalista, escritor, acadêmico da Academia Brasileira de Letras


O que se poderia esperar de um governo petista? - Por Alex Pipkin, PhD



O que se poderia esperar de um governo petista?

Alex Pipkin, PhD

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O que se poderia esperar de um governo petista?

Elementar, meu caro Watson!

Um presidente, ex-presidiário, que foi acusado de corrupção - comprovada, cabalmente, em várias instâncias da justiça nacional -, e preso pelos crimes cometidos.

Um ministro da economia, Haddad, especialista em economia soviética, que não vê problemas na condução da economia - planificada - por meio do Estado grande.

O PT é um partido que tem como pilar a ideia de modelo econômico em que o Estado é o indutor da economia. Portanto, sua “política” é gastar, sem parar, e intervir ao máximo, abusivamente, na economia.

É sempre um governo perdulário, que não possui nenhum compromisso com a disciplina fiscal. A meta é gastar, gerando aumento da dívida pública, pegando dinheiro emprestado para bancar suas despesas, o que ocasiona em mais endividamento.

De acordo com estudos de especialistas, de verdade, a dívida pública brasileira deverá chegar a 80% do PIB em 2024, e continuará crescendo.

A regra petista é clara: tributar e arrecadar. Tal governo gastador, irresponsável e incompetente, não enxerga limites para impostos e gastos, não tendo a mínima noção de que os agentes econômicos no mercado, agentes financeiros, empresas e indivíduos, enxergão-o, e buscam se “proteger” de tal incompetência governamental.

Línguas. E línguas soltas por aí - artigo da jornalista Marli Gonçalves


Línguas. E línguas soltas por aí.

Por Marli Gonçalves*

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Impressionante o estrago que uma língua solta batendo nos dentes, consciente ou distraída, malvada ou engraçadinha, pode fazer. Em épocas eleitorais as línguas ganham protagonismo porque podem derrubar até quem já estava subindo ao pódio.


 

 

Desde criança a gente sempre ouviu um sábio conselho dos mais velhos, para tentar manter a língua quieta lá dentro da boca, e esta fechada. Pensar antes de falar, para evitar problemas. Aprendemos? Não. Duvido que algum de nós já não tenha escorregado e falado mais do que devia, e depois tentado se desculpar tentando explicar que não era exatamente bem aquilo que queria expressar. Isso quando não tem outra pessoa que precisa correr para consertar o linguarudo. Saia justa. O presidente dos Estados Unidos, Biden, acaba de emitir uma frase muito infeliz sobre os eleitores do adversário Trump (“lixo”). Por sua vez um comediante de palanque de encomenda de Trump acertou os porto riquenhos falando horrores, destilando preconceitos (“ilha flutuante de lixo”).

Línguas são o pavor dos profissionais de marketing político. Como contê-las, como amarrá-las? Cortar não pode. Aí vem o corre-corre para conter os sangramentos.

Também acontece dela, a língua, se soltar como quem não quer nada – e isso tem de ser acompanhado sempre por uma cara de nuvem, de inocente. Querem exemplo maior do que o do governador Tarcísio de Freitas, que de bobo não tem é nada, no dia do segundo turno da eleição em São Paulo juntar em uma coletiva uma investigação antiga de PCC nas prisões com o nome do candidato Guilherme Boulos? Ora, ops! – foi sem querer. Então, tá. E no país do momento, parece, ficou tudo por isso mesmo. A língua continuará solta e faceira daqui pra frente. Assim como as eleições sendo tratadas de forma irresponsável.

Os munícipes que não reclamam - artigo da jornalista Amanda Calazans

Os munícipes que não reclamam

Amanda Calazans*

Como uma obra literária inacabada, Graciliano Ramos não terminou o mandato em Palmeira dos Índios, mas seus relatórios deixam reflexões sobre o papel do prefeito

 

 

Graciliano Ramos, o Prefeito, famoso pelos seus Relatórios de Gestão

Na gestão em que se dedicaria a equilibrar as contas do município, enfrentar o desperdício e a ineficiência na administração, extinguir favores a compadres, pôr fim às extorsões que afligiam os mais pobres e, o mais inconveniente, relatar de forma clara e honesta o que fez e o que não conseguiu fazer durante o mandato, o prefeito de Palmeira dos Índios escreve, após o primeiro ano de trabalho: “Há descontentamento. Se a minha estada na prefeitura (...) dependesse de um plebiscito, talvez eu não obtivesse dez votos”.

O prefeito impopular, bem como o dono da autoavaliação seca, irônica e sobretudo literária, era Graciliano Ramos. O futuro romancista administrou Palmeira dos Índios, próxima a sua cidade natal, Quebrangulo, de janeiro de 1928 a abril de 1930, e no começo de cada ano escreveu relatórios de prestação de contas ao Conselho Municipal e ao governo de Alagoas. Desde aquela época os balanços da prefeitura chamaram a atenção da imprensa pela qualidade literária, e agora estão reunidos no livro O Prefeito Escritor: Dois Retratos de uma Administração (Record, 2024).

A leitura de texto tão burocrático, “com algarismos e prosa de guarda-livros”, interessa quase cem anos depois em primeiro lugar pelo que se pode antever do estilo do autor de Vidas Secas, já elogiado pelos contemporâneos dos relatórios. Em um trecho sobre os custos da administração, por exemplo, o prefeito escreve: “E lá se vão mais de trinta contos gastos sem uma varredela nas ruas, um golpe de picareta nas estradas, um professor, mesmo ruim, na Brecha ou no Anum”. Aos leitores atuais de Graciliano, interessa também o aspecto biográfico dos documentos, que ajudam a compreender o pensamento do homem que se tornaria preso político mais tarde. Por fim, para um público mais amplo, a leitura dos balanços interessa hoje porque muitos dos problemas que o prefeito escritor teve de lidar na Palmeira dos Índios do fim da década de 1920 o Brasil ainda enfrenta, como o patrimonialismo e o clientelismo.

Onde estão os nossos amores? - texto/crônica do Momento Espírita de hoje


Onde estão os nossos amores?

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Quando as sombras da morte arrebatam nossos amores, um punhal se crava em nosso coração.

A dor moral é tamanha, a sensação de perda é tão grande que o corpo inteiro se retesa e sente dores.

À medida que os dias se sucedem e as horas avançam, tristonhas, acumulando dias, a ausência da presença amada mais se faz dolorida.

Então, revolvemos nossas lembranças e no banco de dados da nossa memória, vamos recordar dos momentos felizes que juntos desfrutamos.

Recordamos das viagens, das pequenas coisas do dia a dia, dos aniversários, das tolices.

E até das rusgas, dos pequenos embates verbais que, por convivermos tão próximos, aconteceram, ao longo dos anos.

Se o ser amado é um filho, ficamos a rememorar os primeiros passos, as palavras iniciais, os balbucios. E a noite da saudade vai se povoando de cenas que tornamos a viver e a sentir.

Recordamos o dia da formatura, as festas com os amigos, as ansiedades antes das entrevistas do primeiro emprego. Tantas coisas a rememorar...

Acionamos as nossas recordações e, como um filme, as cenas vão ali se sucedendo, uma a uma, enquanto a vertente das lágrimas extravasa dos nossos olhos.

Se se trata do cônjuge, vêm-nos à lembrança os dias do namoro, os tantos beijos roubados aqui e ali, as mãos entrelaçadas, os mil gestos da intimidade...

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