Do brilho das festas à escuridão do futuro: o alerta que o Maranhão precisa entender
Por Simplício Araújo
Enquanto muitos acreditam que festas como o Carnaval e o São João podem, por si só, impulsionar a economia maranhense, os números mostram outra realidade: o Maranhão está ficando para trás. E não é por falta de potencial, mas sim por ausência de visão, planejamento e gestão por parte dos que deveriam liderar o desenvolvimento do nosso estado.
Ministros, senadores, deputados, gestores estaduais e prefeitos não têm conseguido transformar o Maranhão em uma terra de oportunidades. E é fácil comprovar isso com dados públicos e comparações com estados vizinhos — como o Piauí — que há pouco tempo tinham índices semelhantes aos nossos e hoje nos ultrapassam em vários aspectos.
Comecemos por um ponto que conheço bem: a geração de empregos. Quando fui secretário de Indústria e Comércio, implementamos uma política de desenvolvimento que, até 2022, gerava cerca de 44 mil empregos por ano. Em 2024, esse número caiu para 15 mil. Isso mostra que algo se perdeu. E, ao contrário do que se propaga, o impacto das festas populares não é suficiente para mudar esse cenário — o que se vê é o crescimento da informalidade, e não de empregos estruturados, com carteira assinada e garantia de direitos.
Outro dado preocupante está no crescimento do agronegócio. O setor, que poderia ser uma das locomotivas da nossa economia, sofre com a burocracia, o compadrio e a falta de apoio técnico por parte do Estado. Enquanto o Piauí prevê crescimento de 10,5% no agronegócio este ano, o Maranhão deve crescer apenas 6,2%, segundo a Resenha Regional do Banco do Brasil, publicada em maio de 2025.