domingo, 24 de fevereiro de 2013

Uma dor fervente no fêmur

Procurando Clarice




Dizem que osso não dói, mas amanheci com uma dor fervente no femur - pelo menos essa é a sensação!... Tomei café com leite itambé e um pão esquentado, sem manteiga. Fui navegar, após o café!... E quem encontro primeiro, nessa navegada?... Pensava encontar Clarice Lispector... Mas não a vi... Tanto que preciso falar com ela, pois soube que esteve com Drummond. Preciso saber notícias do Carlos...
E quem encontrei então?... Bem na esquina da vida, na dobrada das nuvens, vi "A DIMENSÃO DAS FRAQUEZAS HUMANAS" nas mãos do Chagas... Perguntei: - é teu último artigo?
- Sim, é meu artigo de hoje...
- Que falas, nele?
- Não falo, escrevo... Podes ler...
Aí passei a correr a luz dos meus olhos no artigo do Carlos Chagas. É ainda sobre a festa do PT, onde estavam também o  Zé Dirceu, o Genuíno e o João Paulo nas laterais da festa, de escanteio... O Delúbio não foi... Fugiu do constrangimento...  Aliás, na festa, os mensaleiros não foram citados nem pelo locutor, e nem um piscar de olhos do Lula pra eles...
Na descida do artigo, embaixo, encontro um Carlos Chagas saudoso, citando políticos mineiros ilustres como Milton Campos, Pedro Aleixo, Tancredo Neves, Oscar Correia, Magalhães Pinto, Afonso Arinos, Bilac Pinto, Gustavo Capanema, José Maria Alckmin, Benedito Valadares, Juscelino Kubitschek, que andam fazendo uma falta danada...
Vou passar para o leitor do blog o artigo do Chagas, e continuarei procurando a Clarice em outras dimensões, pois estou quereendo notícias do Drommond.

A DIMENSÃO DAS FRAQUEZAS HUMANAS

Por Carlos Chagas

Até chapéu de vaqueiro ele pôs na cabeça para chamar a atenção. Marcou lugar na primeira fila do auditório de mil pessoas, defronte ao Lula, a Dilma, a Rui Falcão e muitos ministros, além de convidados especiais. Claro que foi visto e notado. Formaram-se filas de companheiros para cumprimenta-lo, no plenário, mas lá de cima, nem um piscar de olhos. Não foi citado pelo mestre de cerimônias ou por qualquer orador, a começar pela presidente e o ex-presidente da República. Muito menos viu-se convidado a integrar a mesa que dirigiu os trabalhos, apesar de haver presidido o partido por longos anos. A imprensa registrou que pelo menos dois ministros passaram por ele, na entrada, simplesmente ignorando-o. Por artes do serviço de segurança, os fotógrafos e cinegrafistas não conseguiram aproximar-se para aquele flagrante obrigatório ditado pelas circunstâncias, que seria ele de costas em primeiro plano e, ao fundo, os donos do poder.
Falamos de José Dirceu e da festa dos dez anos do PT no governo, quarta-feira. De graça, essas coisas não acontecem, quer dizer, tudo foi organizado para omitir o outrora herdeiro presuntivo do Lula, hoje condenado a dez anos de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal. O mesmo verificou-se com outros dois sentenciados, José Genoíno e João Paulo Cunha, fora da primeira fila.
A glória é tão efêmera quanto a ingratidão é farta. Na verdade, o PT acaba de rejeitar seus filhos antes queridos e bajulados. Durou pouco a tentativa de fazê-los mártires e de levar o Judiciário ao pelourinho. Sobrou cautela, faltou coragem na festa de quatro dias atrás. No recôndito das celas que em breve ocuparão, os três companheiros condenados, mais o quarto, Delúbio Soares, que não compareceu, terão tempo para meditar na dimensão das fraquezas humanas. Em sigilo, fora das luzes, parece que já foram recebidos, semanas atrás, pelo primeiro-companheiro, mas na noite capaz de renovar-lhes a solidariedade e o sentimento de inocência, nem pensar. Estarão na dúvida se não foram mesmo culpados...

SAUDADES

Milton Campos, Pedro Aleixo, Tancredo Neves, Oscar Correia, Magalhães Pinto, Afonso Arinos, Bilac Pinto, Gustavo Capanema, José Maria Alckmin, Benedito Valadares, Juscelino Kubitschek e quantos outros mineiros ilustres andam fazendo uma falta danada...

ASSIM É DEMAIS

Não deve ser verdadeira a informação de que o ex-presidente Lula cuidará da próxima reforma do ministério, de forma sedimentar o bloco partidário de apoio à reeleição de Dilma. Conselhos e palpites ele pode dar, mas transferir as decisões do palácio do Planalto Para São Bernardo é demais.
Lembra-se, a propósito, episódio passado no Rio Grande do Sul. Borges de Medeiros ficou cinco mandatos como presidente do estado, a Constituição local permitia. Depois de uma revolução para depô-lo e da ascensão de Getúlio Vargas ao palácio Piratini, a primeira visita recebida pelo futuro presidente da República foi do inconteste chefe político que ainda imaginava deter todo o poder.O velho Borges puxou do bolso uma folha de papel e começou a ler a lista de suas instruções para a composição do secretariado. Getúlio, sem elevar a voz, quase com humildade, atalhou: “dr. Borges, e senhor é o chefe do partido e mandará nele o quanto quiser. Mas no meu governo, mando eu...”
Apesar de mineira, Dilma viveu boa parte de sua vida no Rio Grande. Deveria reler as biografias do saudoso mestre.



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