Três dos 13 pedidos de impeachment contra a presidenta Dilma
Rousseff que estavam em análise na Câmara dos Deputados foram arquivados, na
noite de ontem (29), pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A decisão
foi publicada hoje (30) no Diário Oficial da Câmara. Cunha havia antecipado a
decisão há dois dias, mas queria ler novamente os documentos.
Cunha disse que, mesmo depois de garantir o prazo para que
os autores dos pedidos de impeachment fizessem ajustes, apresentassem
documentos ou acrescentassem informações aos documentos, esses requisitos
formais para a admissibilidade não foram atendidos.
Entre os pedidos que foram apresentados entre julho e agosto
deste ano, um, de autoria do advogado Marcelo Lino, foi indeferido por falta de
provas. Na decisão, Cunha explicou que a admissibilidade da denúncia por crime
de responsabilidade considera tanto a análise de aspectos formais quanto
questões substanciais, como tipicidade e indícios mínimos de autoria do crime.
Lino afirmou, no documento, que por ter ocupado a presidência do Conselho
Administrativo da Petrobras e ter sido ministra de Minas e Energia, Dilma
Rousseff “não apenas era sabedora do esquema de corrupção e nada fez para
estancá-lo, como, também, dele [se] beneficiou para angariar recursos para a
sua vitoriosa campanha para a Presidência”.
“Não conheço das imputações relativas a atos supostamente
praticados pela denunciada quando ministra”, destacou Cunha. Segundo o
deputado, o denunciante não demonstrou “minimamente” a existência de indícios
suficientes de autoria e materialidade dos crimes de responsabilidade. “Como
advogado, o denunciante pode obter cópias de processos judiciais em qualquer
juízo”, concluiu.
O segundo pedido arquivado, apresentado pelo também advogado
Geraldo Cancian Lagomarcino Gomes, associava à presidenta condutas que
representariam atentado contra a Constituição Federal, contra o exercício dos
direitos políticos, individuais e sociais e contra a segurança interna do país.
O advogado acusava ainda Dilma de praticar atos de improbidade administrativa,
cometer crimes contra a lei orçamentária do país e de participar de uma
campanha “enganosa” à reeleição em 2014.
Mesmo depois de solicitar complementos e garantir prazo de
10 dias para que o advogado complementasse as informações para o pedido ser
aceito, Cunha afirmou que faltaram documentos pessoais. “O denunciante não
informou o número de sua inscrição como eleitor, de forma que não é possível
aferir se ele está, ou não, no gozo de seus direitos políticos”, explicou.
A mesma falta de documentos levou ao arquivamento do pedido
feito pelo designer gráfico Paulo Rogério Caciji. “O denunciante não informou o
número de sua inscrição como eleitor, conforme dispõe o Artigo 14 da Lei 1.079/1950,
não sendo possível aferir se ele está, ou não, no gozo de seus direitos
políticos”, disse Cunha.
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