Hélcio Silva
(02/09/2016)
Abro o caderno de hoje para escolher a lição do dia.
A aula é desinfetar...
A história me revela fatos..., e a história não pode sair
da nossa vida: sem história não há vida...
Até o poeta morreria de inanição, sem história!... A
história é também alimentação dos poetas!
E hoje, como o aprendizado desta nova lição, eu leio na grande
imprensa brasileira que o agora presidente Temer vai permanecer, “por enquanto”,
morando no Palácio Jaburu, residência oficial da vice-presidência; mas não
descarta mudar-se para o Palácio Alvorada, no momento adequado.
Porém, um assessor do novo presidente, segundo o
jornalista Cláudio Humberto, teria dito que
Temer só se mudará para o Alvorada depois de dedetizado.
Ele - o assessor - teria afirmado textualmente: ‘lembro a
necessidade de “dedetizar“ o palácio, para desinfetar tudo’.
Pelo fato de por lá terem passado Lula e Dilma, os novos
ocupantes estão a exigir uma limpeza geral do ambiente.
E começo a cutucar a minha cuca e vou lembrando as
coisas: dedetizar é aplicar inseticida em áreas perigosas...
E dedetizar, como desinfetante, acabou por integrar a
literatura política.
E foi assim, também, a campanha para a prefeitura
municipal de São Paulo, em 1985.
Incomodado por Fernando Henrique Cardoso, candidato do
PMDB, ter sentado na cadeira do prefeito para uma coletiva com a imprensa um
dia antes da eleição (14 de novembro), o prefeito eleito, Jânio Quadros, logo
depois de ser empossado foi até o seu novo gabinete com uma lata de inseticida
e 'desinfetou' a cadeira, afirmando: “gostaria que os senhores testemunhassem
que estou desinfetando esta poltrona porque nádegas indevidas a usaram”... E
ainda completou, “porque o senhor Henrique Cardoso nunca teria o direito de
sentar-se cá e o fez, de forma abusiva. Por isso desinfeto a poltrona”.
No dia 31 de dezembro de 2006, quando o dr. Jackson Lago
tomaria posse como governador do Maranhão, o senador José Sarney escreveu um
duro artigo contra Zé Reinaldo, o governador que deixava o palácio.
No final do artigo, depois de um longo libelo contra o Zé
que deixava o governo, o Sarney aconselhou o Jackson a lavar o palácio com sal
grosso antes de nele entrar... E nestes termos, o Sarney encerra assim:
Afinal, se me dessem a oportunidade de uma sugestão eu
diria: lavem com sal grosso o Palácio dos Leões para limpar a sujeira.
Vade retro.
Não sei e nem tenho dados sobre o que o Flávio determinou
para limpar o palácio antes de entrar, quando substituiu Roseana que saiu mais
cedo e deixou o Arnaldo para entregar o governo...
Pela dúvida, até que posso crer que o Visconde tenha
mandado limpar os Leões com bastante água, sal grosso e cruzwaldina.
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