*Djalma Santos
Os contatos do homem com sua consciência imortal, aqui ou
no além, lhe dá uma oportunidade completamente nova para o surgimento de uma
paz duradoura, que o acompanhará pela vida afora, tendo como base os estímulos
internos que partem do seu próprio coração; que aos poucos, se enternece pelas
experiências sucessivas das reencarnações, avançando e se projetando para o
além das atrações da vida física, sempre com vista ao destino espiritual.
Quando os seres humanos conseguem perceber isso, se
sentem atraídos pelos assuntos do espírito, surgindo daí um homem novo, voltado
exclusivamente para a espiritualidade. Todas as nossas lutas e dificuldades,
dores, sofrimentos, problemas e demais obstáculos, que encontramos durante a
jornada evolutiva, são detalhes normais de todas as reencarnações, que
deveremos passar, e ninguém está isento das provas que atraiu para si; e apesar
do julgamento apressado que muitas pessoas fazem, no sentido de que Deus nos
pune diuturnamente, o certo é que nós mesmos projetamos o nosso futuro, para o
bem ou para o mal, dependendo é claro do modo como estamos nos relacionando com
os outros.
As provas por que passamos são escolhidas antes da
reencarnação, e todos os espíritos antes de reencarnar prometem mundos e
fundos, para depois esquecer dos compromissos assumidos, devido à atração
incrível da matéria e dos prazeres fáceis, com os quais vamos conviver na vida
física. A reencarnação é na realidade a força do amor de Deus promovendo o
progresso, e a felicidade dos seres humanos no cumprimento do dever em todos os
mundos que povoam o espaço infinito de Deus. Nasceremos e renasceremos aqui no
Planeta Terra quantas vezes sejam necessárias ao nosso aperfeiçoamento, a fim
de que possamos adquirir o progresso material e intelectual, pois esse é o
único meio de nos livrarmos da culpa, do arrependimento e do remorso. E darmos
seguimento à luta pela conquista do nosso destino, trabalhando para a
iluminação do nosso espírito, construindo cada um de per si, a sua própria
felicidade.
Trazemos em germe as partículas infinitesimais do
pensamento divino, e por isso podemos dizer que somos “Deuses embrionários”, ou
seja, ainda imperfeitos, simples e ignorantes das Leis Divinas e das Leis
Humanas, sendo este o principal motivo dos nossos erros, que nos leva a cometer
erros grosseiros, a tendendo a interesses egoísticos, no campo da carne e do
espírito. Outro detalhe interessante no processo reencarnatório é que ninguém
consegue passar no aprendizado e na experiência por automatismo. Necessita,
portanto, de buscar aprender e não assimilar privilégios especiais, e sim todos
passam pela fieira da ignorância, até chegar à perfeição.
Por toda a parte, e em todos os mundos disseminados no
espaço infinito, desde os mais primitivos até aos mais elevados, e em todas as
faixas vibratórias que circundam as casas planetárias, a voz e a força do Deus
supremo ressoa nas consciências a ele ligadas, convidando ao amor, ao trabalho
e à evolução. Nas experiências reencarnatórias, os espíritos superiores
trabalham na assistência e orientação dos mais fracos, ou seja, na disciplina
dos inferiores que se encontrem na retaguarda da vida evolutiva, numa espécie
de elo do amor universal.
Aqueles que já são bons ajudam os maus; os sábios
instruem os ignorantes, assim como os que têm saúde procuram socorrer os
enfermos. Os superiores trabalham com alegria e felicidade, pela recuperação e
melhoria dos inferiores, sem mostrar ostentação; mas muitas vezes se
apequenando diante deles para não demonstrar superioridade. A conquista dos
valores eternos pelo espírito imortal pode durar milênios, e quem já passou por
isso sabe muito bem que não adianta ser apressado, porque as coisas espirituais
só podem ser conquistadas paulatinamente, gradativamente, sem pressa e com
muita paciência, numa ação constante no campo do bem, suportando muitas vezes,
e em muitas reencarnações, provação difícil e dolorosa;
A misericórdia de Deus é infinita, sem dúvida, mas não é
cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado e, enquanto não houver
satisfeito a justiça divina, sofrerá as consequências dos seus erros. Por ser
Deus de infinita misericórdia, não devemos pensar que ele seja inexorável, pois
deixa sempre abertas as portas da redenção.
*Pedro Santos é escritor e palestrante espírita
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