Antes mesmo de saber os resultados das eleições
presidenciais norte-americanas, o governo mexicano reagiu na madrugada (9) de
hoje a uma eventual vitória do candidato republicano Donald Trump, que provocou
queda no valor do peso. As autoridades da área econômica convocaram uma
entrevista para esta quarta-feira, com o objetivo de acalmar os mercados.
Quando a contagem de votos terminou, o jornal El
Universal anunciou: “Trump ganha a presidência dos EUA; o peso (mexicano) em
queda livre”. Os mercados reagiram às declarações de Trump que, durante a
campanha, propôs acabar com o Nafta – o Tratado Norte-Americano de Livre
Comércio com o Canadá e o México, em vigor desde 1994.
O acordo, que reduz barreiras alfandegárias, levou ao
fechamento de fábricas nos Estados Unidos. As empresas reduziram seus custos,
mudando-se para o território mexicano, onde a mão de obra é mais barata.
Montavam eletrodomésticos e automóveis, com componentes importados, e
exportavam o produto acabado ao mercado norte-americano e terceiros mercados.
Trump sugeriu cobrar um imposto de 35% sobre as
importações mexicanas, o que teria sério impacto no país vizinho, além de
construir um muro na fronteira, para impedir a entrada de imigrantes ilegais.
Na Bolívia, o presidente Evo Morales reagiu pelo Twitter.
Ele disse que nos Estados Unidos “valem mais as armas que os votos” e elogiou
as revoluções populares da Venezuela, do Equador e da Nicarágua. O jornal
Granma, de Cuba, tinha na capa a notícia de segunda-feira: a eleição do
ex-guerrilheiro Daniel Ortega, para um terceiro mandato consecutivo na
Nicarágua. O presidente Obama tinha iniciado um processo de reaproximação com o
governo comunista cubano, depois de mais de meio século de guerra fria.
Na Argentina, o jornal La Nacion lembra que o país teve
uma relação de altos e baixos com os Estados Unidos: na década de 90, foram
mais que próximas. Nos últimos 12 anos, foram distantes. Em março, os
argentinos inauguraram uma nova etapa quando o presidente Barack Obama visitou
o país para se encontrar com Maurício Macri, que acabava de assumir o poder há
três meses. A maioria dos analistas ouvidos considera incerto o futuro com
Trump.
Na América Latina, como nos Estados Unidos, as manchetes
dos jornais online noticiaram a vitória de Trump como algo inesperado e
surpreendente, cujos desdobramentos são ainda imprevisíveis.
No Chile será realizado nesta quinta-feira (10) um
seminário sobre os “Novos Desafios da América Latina”, com a participação dos
presidentes do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, e do Brasil,
Ilan Goldfajn, além do ministro da Fazenda chileno, Rodrigo Valdes, e o diretor
do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional,
Alejandro Werner. O impacto da vitória de Trump – no comércio internacional –
provavelmente será incluído na agenda.
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