Em debate no Wilson Center, centro de pesquisas em
Washington (EUA), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar
Mendes, afirmou que “estimativas” indicam que a chapa presidencial Dilma-Temer
gastou mais de R$ 900 milhões, via caixa dois, na campanha eleitoral de 2014.
Segundo Gilmar, o valor declarado à Justiça eleitoral foi de R$ 360 milhões,
mas especialistas apontam que tais gastos não poderiam ter sido inferiores a R$
1,3 bilhão.
“Alguns especialistas chegam a estimar que a campanha de
Dilma não teria custado menos do que R$ 1,3 bilhão. Isso significa que ela
declarou um quarto do que teria efetivamente gasto”, declarou Gilmar, um dos
sete ministro que, no TSE, julgarão ações que pedem a cassação da chapa eleita.
Como este site mostrou no último domingo (6), o
corregedor-geral do TSE), ministro Herman Benjamin, relator dos processos, diz
que tenta imprimir celeridade à análise do processo. Para o magistrado, a
decisão colegiada sobre o caso (“O maior da história do TSE”, disse) será
“histórica” e responsabilizará os agentes do petrolão pelos prejuízos da
Petrobras no exterior – esquema que, segundo investigações da Operação Lava
Jato, irrigou campanhas eleitorais em 2014. “Este é o maior processo da
história do TSE.”
Segundo o jornal Valor Econômico, Gilmar disse que o TSE
“foi iludido” ao considerar que teria chegado ao fim, com as eleições de 2014,
o artifício do caixa dois – prática criminosa que consiste em financiar
campanhas com recursos não contabilizados. Para o ministro, o julgamento do
mensalão, que levou à cadeia diversos figurões da política, teria sido
suficiente para coibir novas ocorrências.
Crítico costumeiro do PT, Gilmar destacou que diversos
tipo de ilegalidade foram detectados nos processos em curso no TSE (doações de
empresas sem capacidade financeira ou de beneficiários do Bolsa Família, em
tese não aptos a fazer doações). O ministro disse ainda que, segundo
descobertas da Lava Jato, empreiteiras doaram para a chapa Dilma-Temer como
forma de pagar pelo direito de executar obras em contratos com a Petrobras.
Ainda de acordo com o ministro, que já considerou a
hipótese de separação das contas de campanha de Dilma Rousseff e de Michel
Temer para efeitos de julgamento, a decisão final do TSE será histórica. “[O
caso Dilma-Temer] vai nos permitir verificar o que foi feito na campanha de
2014 e vai nos permitir dizer o que não poderá mais se fazer”, acrescentou o
magistrado, referindo-se às doações de campanha.
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