Poema limitado para o poeta infinito (p/ Nauro Machado)
A metamorfose da Praia-Grande
transformada no que já era
dilacera o cego vaga-lume
luzindo a inexistente primavera
Só ele vaga, soturno
decifrando ruas, azulejos
deglutindo indormidos desejos
do delírio noturno
Esta cidade que ele navega
porto-verso-embriaguez
malditamente o nega
embora esteja no que o fez
Parido poeta que rume
auroras nascidas do vão
poeta-profeta-perfume
da flor solidão
Amamos teu silêncio soluçante,
digno: teu grito mudo
teu verbo raro, brilhante
teu poema é tudo
o que nos resta de concreto
para a festa do absoluto.
Francisco Tribuzi

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