Preso pela terceira vez nesta terça-feira, 19, o engenheiro
Paulo Vieira de Souza, ex-presidente da Dersa conhecido como Paulo Preto,
chegou a guardar a “exorbitante quantia”, nas palavras da procuradoria, de 100
milhões de reais em uma residência em São Paulo.
O valor corresponde ao dobro dos 51 milhões do bunker
atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e a seu irmão, o ex-deputado Lúcio
Vieira Lima. Segundo o procurador Roberson Pozzobon, os fatos foram relatados à
Operação Lava Jato pelo doleiro Adir Assad, que fechou um acordo de delação
premiada.
Segundo Assad, a Odebrecht, empresa para a qual prestava
serviços ilícitos, necessitava de outros operadores com “alto volume de recursos”
para poder pagar em dinheiro propina a candidatos que disputavam as eleições de
2010. Já Paulo Preto, suspeito de ser operador financeiro do PSDB, tinha enorme
quantia em espécie e precisava movimentar esses recursos para o exterior.
Então, segundo o MPF, a Odebrecht fez transferências dos
valores em contas do ex-presidente da Dersa fora do Brasil e, por meio de
Assad, coletou o dinheiro que este possuía em espécie no imóvel em São Paulo.
De acordo com Pozzobon, um detalhe que ele classifica como
“escárnio tão grande” é que, em sua residência, Vieira de Souza possuiria “um
quarto só para guardar notas de dinheiro”. Além disso, ainda pelo relato do MPF
com base na delação de Assad, Paulo Preto colocava “as notas de reais para
tomar sol, porque senão elas emboloravam”
Procurado, o advogado André Gehreim, que representa Paulo
Vieira de Souza, afirmou que não vai comentar e que a defesa ainda não obteve
acesso aos documentos que basearam a operação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.