O escritor Ignácio de Loyola Brandão foi eleito nesta quinta-feira (14), por unanimidade, para ocupar a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga com a morte do acadêmico e jurista Helio Jaguaribe, no dia 10 de setembro do ano passado, no Rio de Janeiro.
Loyola Brandão venceu outros 11 concorrentes: Eloi Angelos
Guio D’Aracosia, Rodrigo Cabrera Gonzales, Placidino Guerrieri Brigagão, José
Roberto Guedes de Oliveira, Lucas Menezes, Remilson Soares Candeia, José Itamar
Abreu Costa, Marilena Barreiros Salazar, Raquel Naveira, Felisbelo da Silva e
Sérgio Caldeira de Araújo.
O presidente da ABL, professor Marco Lucchesi, disse à
Agência Brasil que todos os acadêmicos estavam tomados de emoção. “Porque
Ignácio é um marco na moderna ficção brasileira e traz uma inteligência muito
profunda da vida das cidades, com uma espécie de experimentalismo e de profunda
intensidade dos seus quadros, às vezes até mesmo ferozes, mas sempre
criativos”.
Os ocupantes anteriores da cadeira 11 foram Lúcio de
Mendonça (fundador), que escolheu como patrono Fagundes Varela; Pedro Lessa,
Eduardo Ramos, João Luís Alves, Adelmar Tavares, Deolindo Couto, Darcy Ribeiro
e Celso Furtado.
Jornalista e escritor – Ignácio de Loyola Brandão nasceu em
Araraquara (SP), em 1936. Atuou como jornalista em sua cidade natal e continuou
a carreira após mudar-se para a capital paulista, aos 21 anos. Trabalhou no
jornal Última Hora e nas revistas Claudia, Realidade, Setenta, Planeta, Ciência
e Vida, Lui. Encerrou a carreira escrevendo para a revista Vogue. Atualmente
escreve uma crônica quinzenal para o jornal O Estado de S. Paulo.
Pelo conjunto de sua obra, recebeu o Prêmio Machado de
Assis, em 2016, em seu novo formato, quando passou a ser o único outorgado pela
Academia Brasileira de Letras. Publicou mais de 42 livros, entre romances e
contos, crônicas, viagens, infantis e infanto juvenis e uma peça teatral.
À Agência Brasil, o novo imortal disse estar ainda “meio
zonzo” com sua eleição para a cadeira 11 da ABL. “Nunca imaginei que iria estar
aqui e estou. O menino de Araraquara está aqui”, afirmou o escritor, lamentando
que seu pai não estivesse presente para saborear essa vitória. “Estou muito
feliz. Cheguei em um ponto que ainda terá muitos outros pela frente. É apenas
mais um degrau. O começo da vida”, avaliou.
(Agência Brasil)
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