G 1
O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo na
manhã desta quinta-feira (21) pela força-tarefa da Lava Jato. Os agentes ainda
tentam cumprir mandados contra Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia e
mais seis pessoas, entre elas empresários.
Preso, Temer será levado para o Aeroporto de Guarulhos,
onde vai embarcar em um voo e será levado ao Rio de Janeiro em um avião da
Polícia Federal. O ex-presidente deve fazer exame de corpo de delito no IML em
um local reservado e não deve ser levado à sede da PF de São Paulo, na Lapa.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª
Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.
Desde quarta-feira (20), a PF tentava rastrear e confirmar
a localização de Temer, sem ter sucesso. Por isso, a operação prevista para as
primeiras horas da manhã desta quinta-feira atrasou.
O G1 ligou para a defesa de Temer, mas até as 11h25 os
advogados não haviam atendido a ligação. Ainda não está claro a qual processo
se referem os mandados contra Temer e Moreira Franco.
O ex-presidente Michel Temer responde a dez inquéritos.
Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), pois foram abertos à
época em que o emedebista era presidente da República e foram encaminhados à
primeira instância depois que ele deixou o cargo. Os outros cinco foram autorizados
pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2019, quando Temer já não tinha mais foro
privilegiado. Por isso, assim que deu a autorização, o ministro enviou os
inquéritos para a primeira instância.
Entre outras investigações, Temer é um dos alvos da Lava
Jato do Rio. O caso, que está com o juiz Marcelo Bretas, trata das denúncias do
delator José Antunes Sobrinho, dono da Engevix. O empresário disse à Polícia
Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista
Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento
do presidente Michel Temer. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina
de Angra 3.
Michel Temer (MDB) foi o 37º presidente da República do Brasil.
Ele assumiu o cargo em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma
Rousseff, e ficou até o final do mandato, encerrado em dezembro do ano passado.
Eleito vice-presidente na chapa de Dilma duas vezes
consecutivas, Temer chegou a ser o coordenador político da presidente, mas os
dois se distanciaram logo no começo do segundo mandato.
Formado em direito, Temer começou a carreira pública nos
anos 1960, quando assumiu cargos no governo estadual de São Paulo. Ao final da
ditadura, na década de 1980, foi deputado constituinte e, alguns anos depois,
foi eleito deputado federal quatro vezes seguidas. Chegou a ser presidente do
PMDB por 15 anos.
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