Paim, Heinze e Lasier manifestaram contrariedade à nomeação
do filho do presidente para o mais importante posto diplomático do Brasil no
exterior
Prestes a indicar um dos filhos, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o
presidente Jair Bolsonaro assegurou que “toda a população vai ganhar” caso ele
seja conduzido ao mais importante posto diplomático do país no exterior. A
possível indicação, porém, deve enfrentar resistência no Senado, embora o
governo detenha maioria parlamentar. Ouvidos hoje pela Rádio Guaíba, os três
senadores gaúchos externaram serem contrários à nomeação.
Além de criticar a iniciativa, Lasier Martins (Podemos)
ainda considera que Bolsonaro vem cometendo um disparate “explosivo” por
semana. “Essa é terrível: mandar o filho para a principal embaixada do planeta
quando no Itamaraty há duas centenas de diplomatas esperando. Mas aí vem alguém
que cai de paraquedas na principal embaixada. Isso é uma desmoralização para o
Itamaraty”, avaliou.
Considerado apoiador da gestão do presidente, o senador
Luis Carlos Heinze (PP) ainda espera a tramitação de uma eventual sabatina no
Senado para fechar questão sobre o tema. Porém, adiantou que pretende votar
contra. “Hoje, eu sou contra, mas vou estudar bem essa questão para ter uma
posição até o dia da votação no plenário do Senado. Eu não faria isso com um
filho meu. Não concordo, e não é pela capacidade dele. Até posso mudar de
posição mas, neste momento, é esta”, afirmou.
Paulo Paim (PT) também externou a necessidade de votar “com
muita consciência”, sem pessoalizar o caso. Além disso, o petista entende que a
indicação vai causar constrangimento aos senadores. “Para ser um diplomata
representando o Brasil, precisa ser um profissional de carreira e altamente
preparado. Nós sabemos que o profissional de carreira se prepara a vida toda para
essa missão, em nome do seu País. Agora, não pode ser simplesmente uma
indicação de pai para filho, como um presente”, considerou.
Caso Eduardo seja indicado pelo pai, deve passar
normalmente por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do
Senado, onde precisa de maioria simples, ou seja, dez dos 19 votos. Nenhum
congressista gaúcho integra o colegiado. Um dos suplentes, que vota em caso de
ausência do titular, é o senador Flávio Bolsonaro, irmão de Eduardo e também
filho do presidente. Em caso de aprovação na CRE, o nome, então, é levado a
plenário, onde, em votação secreta, também precisa de maioria simples: 41 dos
81 senadores.
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