Jersan Araújo
Os ataques do presidente a membros dos poderes judiciário e
legislativo, a governadores que se opõem às suas atitudes e a quem tentar
“desmoralizá-lo” tiveram resposta imediata e ríspida: chega! Chega! Tem de haver
respeito às decisões do poder executivo! Disse.
Na verdade, quem manda hoje no
Brasil são deputados, senadores e ministros do STF.
Todas as ações, e até
nomeações de cargos que a princípio são privativos do presidente, já foram
barrados por ministros do supremo por se tratar de amigos do filho do
mandatário maior ou sabe-se lá de quem. Isso é correto? Esses ministros não
estariam “cutucando a onça com vara curta”? E a reunião do ministério que
“vazou” com a todos os palavrões pronunciados por Bolsonaro? Algum dia se ouviu
falar que uma “reunião secreta” do STF ou do Congresso Nacional ou até mesmo de
assembléias legislativas chegou ao conhecimento público? Acho que não.
Pois bem. Depois de todos esses atreveres veio a reunião do
presidente da República, presidentes da Câmara Federal, do Senado e os
governadores. Fumaram o “cachimbo da paz”. Mas logo depois o governador do Rio
de Janeiro fez besteira e a Polícia Federal passou a investigá-lo e a fazer
busca e apreensões nas residências dos suspeitos de terem roubado o dinheiro da
Saúde.
Aí o pau voltou a
cantar na cabeça do presidente Jair Bolsonaro, acusado de comandar a operação
por vingança contra o governador carioca. Aí foi um Deus nos acuda.
Governadores de São Paulo, Maranhão e outros se manifestaram reprovando uma
suposta vingança do presidente que poderia, inclusive, alastrar-se por outros
estados.
Flávio Dino, aqui do Maranhão, foi um dos primeiros a
colocar a “barba de molho” por entender que essa investigação poderia chegar
aqui, mas não disse o porquê. Pergunta-se: há algo errado? Há denúncias de desvio de
verbas da Saúde? Acho que ainda não. Mas, é lógico, que como se trata de muitos
milhões de reais destinados ao Maranhão, para combate ao coronavírus, a
oposição está de olho na aplicação desse dinheirão.
E nesse sentido tem o apoio do presidente, famoso pelas
atitudes arrogantes, agressões à imprensa, falta de compostura considerando-se
o cargo que ocupa desaforado e grosseiro.
Nada disso merece o apoio da
sociedade. Mas tem uma qualidade que falta a quase todos os homens públicos do
Brasil: não é corrupto. Desse cancro que corroeu e continua corroendo as
riquezas e a dignidade do nosso país ele não usa, ao contrário, abomina. Não
roubar é uma virtude de poucos e merecem aplausos. Combatê-lo é melhor ainda.
Quanto a isso ele tem moral para falar alto. Afinal trava
discussões com um Congresso Nacional eivado de corruptos e com um tribunal,
também, cheio de ministros denunciados de vender sentença em troca de dinheiro,
como recentemente denunciou o senador Ca juru, para todo o mundo.
Então abaixo Bolsonaro por muitas atitudes aqui
citadas. Viva Bolsonaro por não ser
corrupto nem admitir a corrupção.
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