Na manhã desta terça-feira (28), a CUT protestou contra a política econômica do governo em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo a organização do ato, mais de mil pessoas estiveram no local lembrando que os ajustes promovidos pelo atual ministro da pasta, Joaquim Levy, estão prejudicando a classe trabalhadora.
O protesto ocorre na mesma data em que o Comitê de
Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa Selic e a
tendência é que ela sofra novo aumento, segundo Quintino Severo, secretário de
Administração e Finanças da CUT.
“Esse ato tem uma importância muito grande, mais uma vez
virá um aumento da taxa de juros. Estamos aqui para demonstrar que somos contra
o aumento da taxa de juros, estamos lutando contra isso, para que a classe
trabalhadora não seja ainda mais prejudicada. Entendemos que dessa forma, o
governo segue investindo na especulação financeira”, afirmou Quintino, que
elencou os prejuízos à classe trabalhadora.
“Em primeiro lugar, o desemprego, que vem crescendo. Depois,
as medidas de ajuste que retiraram direitos dos trabalhadores, restringindo o
Seguro Desemprego, mexendo no abono salarial e outras sanções. Por último, a
redução do consumo, que desacelera a produção e faz girar a roda do
desemprego”, explicou o secretario de Administração e Finanças da CUT.
O presidente da CUT Brasília Rodrigo Britto diz que o plano
Levy atende apenas os interesses da elite brasileira, em especial do sistema
financeiro nacional, colocando o ajuste fiscal acima da classe trabalhadora.
“Por um país mais justo e uma sociedade igualitária, estamos dizendo
não ao Plano Levy e nos propondo a apresentar uma proposta alternativa ao
governo federal, querendo que ele volte ao rumo da classe trabalhadora e da
maioria da população brasileira, de distribuição de renda e não de ajuste
fiscal”.
Pela taxação dos especuladores
Complementando a o discurso de Britto, o secretário de
organização e política sindical da CUT Nacional, Jacy Afonso, acredita que a
taxação deve ser voltada aos especuladores, àqueles que enriquecem às custas da
classe trabalhadora. “A CUT sempre
desempenha o seu papel na defesa dos interesses dos trabalhadores. Essa
política do Ministro Joaquim Levy tem levado o país a uma recessão, ao
desemprego. Nós queremos uma outra política econômica. É possível fazer isso”,
afirma.
O secretário de política social da CUT Brasília, Ismael
José, reforça a posição contrária da Central às medidas econômicas tomadas pelo
governo atual. “Exigimos do governo federal que mude os rumos na política
econômica, já que a política conduzida pelo Ministro Joaquim Levy é a que foi
derrotada nas urnas em 2014”. Ismael evidencia, também, a necessidade e a
urgência da redução nas taxas de juros do Brasil.
Othon Pereira, secretário-geral do Sindsep, afirma que o
“Plano Levy retira R$ 69 bilhões do orçamento da União para fazer caixa
para remunerar os banqueiros”. Segundo o dirigente, as consequências das
medidas são prejudiciais também ao serviço público, como foi recentemente
evidenciado pelo desgaste existente nas universidades e nos próprios ministérios,
por exemplo.
O diretor estadual da CUT e da Federação Única dos
Petroleiros, Vereníssimo Barçante, afirma que o combate ao ajuste também é uma
causa da sua categoria. “Este ato de protesto é de suma importância para os
empregados da Petrobras. Sexta-feira já realizamos uma greve de 24 horas contra
o plano de negócios da empresa, que prevê cortes de 89 bilhões de dólares nos
investimentos e despesas da empresa, além de venda de ativos que poderá reduzir
em 57 bilhões o patrimônio da estatal. Se esse projeto seguir adiante,
significará o desmantelamento do Sistema Petrobrás, colocando em risco
empregos, direitos e conquistas sociais. Este plano está ligado diretamente ao
Ministério da Fazenda, pois Bendine, atual presidente da Petrobras, é uma indicação da Fazenda para a estatal”.
Prejuízo à saúde e precarização
Junéia Martins Batista, secretária da Saúde do Trabalhador
da CUT, lembrou da MP 656 para explicar o impacto que as medidas econômicas atingem o funcionalismo
público. “Essa medida provisória autoriza a entrada do capital estrangeiro na
saúde, no SUS (Sistema Único de Saúde). Isso vai contra tudo que temos lutado
nos últimos 25 anos para garantir, por exemplo, um plano de carreira aos
trabalhadores da Saúde. O que vai ocorrer é mais precarização e terceirização.”
A política econômica adotada pelo atual governo tem afastado
a presidenta Dilma Rousseff das bases populares, afirma Julio Turra, diretor
executivo da CUT. “Trocar o rumo da economia no País é uma questão de
sobrevivência política. O Ministério da Fazenda quer provocar a recessão para
retomar o crescimento, é uma roda sem fim, isso nunca vai acabar”, afirmou o
dirigente, que pediu a “urgente baixa da taxa de juros e lembrou que
impeachment e tentativas de golpe não serão toleradas pela CUT. “Seremos os
primeiros a sair às ruas para defender a democracia e ir contra os golpistas.”
Fontes: CUT Nacional e CUT Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.