A agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou, na noite desta quarta-feira, a nota de crédito do Brasil, de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Com isso, o país deixa de ter, por esta agência, o chamado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador conferido ao país.
Um dos fatores citados pela agência para o rebaixamento foi
o Orçamento de 2016. Segundo a Standard & Poor's, “os desafios políticos
que o Brasil enfrenta continuaram a aumentar, pesando sobre a capacidade e a
disposição do governo de apresentar um Orçamento 2016 para o Congresso coerente
com a significativa correcção política sinalizada durante a primeira parte do
segundo mandato da presidente Dilma Rousseff”.
O cenário econômico avaliado pela agência ainda deixa o país
em risco de ser rebaixado novamente nos próximos meses. Há uma possibilidade de
um em três “de um rebaixamento adicional devido a uma maior deterioração da
posição fiscal do Brasil, potenciais mudanças políticas fundamentais dado à
dinâmica política fluida, incluindo uma nova falta de coesão dentro do Gabinete
da presidente, ou devido à maior crise econômica do que nós esperamos
atualmente”.
A agência afirma ainda acreditar que “o perfil de crédito do
Brasil enfraqueceu-se ainda mais desde 28 de julho”, data em que a perspectiva
do país foi revisada para negativa. Segundo o comunicado, na ocasião a agência
sinalizou os riscos para a execução de mudanças políticas corretivas já em
curso, principalmente decorrente da dinâmica no Congresso em associação a
efeitos colaterais das investigações de corrupção na Petrobras.
“Percebemos agora menos convicção dentro do Gabinete da
presidente sobre a política fiscal”, disse a agência.
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