A força-tarefa que comanda a Operação Lava Jato afirmou
nesta segunda-feira (26) que o ex-ministro Antonio Palocci, preso hoje, e
Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva o nome de sua família,
chegaram a conversar sobre a construção do estádio do Corinthians e o Prosub
(Programa Nuclear da Marinha e o de Desenvolvimento de Submarinos).
Segundo Filipe Pace, delegado da PF (Polícia Federal),
"esses temas ainda demandam aprofundamento" por parte dos
investigadores. Para a Lava Jato, Palocci agiu em favor da Odebrecht mediante
pagamento de propina, mesmo enquanto não exercia funções públicas. Pace diz que
havia interferências do ex-ministro "nos mais diversos projetos, contratos
e obras" em que a empresa queria obter algum tipo de vantagem.
"Havia uma atuação intensa e reiterada do senhor
Antonio Palocci", aponta Laura Gonçalves Tessler, procuradora da
República, que citou quase 30 encontros pessoais entre o ex-ministro e
executivos da Odebrecht.
A 35ª fase da
operação, chamada "Omertà", foi realizada na manhã de hoje e prendeu,
além do ex-ministro, dois ex-assessores dele: Branislav Kontic e Juscelino
Dourado.
Segundo os investigadores, há evidências de que Palocci
contou com ajuda de Kontic para atuar em favor de interesses da Odebrecht, interferindo
em decisões tomadas pelo governo federal.
Palocci foi ministro da Fazenda (2003-06) do governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da Casa Civil (2011) do governo
Dilma Rousseff (PT).
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