A prisão do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil
Antonio Palocci, nesta segunda-feira, se deu por conta de sua relação com a
empreiteira Odebrecht, de acordo com a força-tarefa em coletiva de imprensa.
- A Odebrecht tinha uma verdadeira conta corrente com o
Partido dos Trabalhadores - disse Filipe Hille Pace, delegado da Polícia
Federal, colocando o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci no centro do
esquema.
Segundo a Polícia Federal, que pediu a prisão temporária
de Palocci, quebrando uma tradição na Lava-Jato de o Ministério Público Federal
pedir as prisões, Marcelo Odebrecht "tinha ciência e autorizava tais
pagamentos".
Nas planilhas, os primeiros pagamentos de propina da
Odebrecht para Palocci ocorreram em 2008 e estão atrelados às eleições
municipais. Há outros lançamentos de valores nos anos seguintes: 2010, 2011,
2012 e 2013.
Ainda segundo a PF, a Odebrecht buscou apoio de Palocci
para buscar ajuda do BNDES para aumentar a sua linha de crédito.
Chegam ao montante de R$ 128 milhões registrados como
entregues a Palocci no esquema, segundo o Ministério Público Federal.
- Houve intensa atuação de Palocci na defesa de
interesses da Odebrecht perante à administração pública federal - disse a
procuradora da República Laura Tessler.
Segundo a PF, há registros ainda de troca de mensagens
telefônica entre os dois em 2012, no qual seriam tratados temas como programas
de submarino nuclear e a construção da Arena Corinthians.
- Em um momento ele (Marcelo Odebrecht) vincula a conta
de projetos ao 'italiano', o que nos leva a crer que também houve pagamentos de
vantagens indevidas - disse o delegado Hille Pace.
Outra acusação contra Palocci e seus assessores é que
eles intermediaram a compra, pela Odebrecht, de um prédio que seria a sede do
Instituto Lula - conforme noticiou O GLOBO, em julho.
Esse prédio também está na mira da Receita Federal, disse
Roberto Leonel de Oliveira Lima, auditor da Receita Federal, durante a
coletiva.
- Temos um número variado de fatos a ser aprofundados.
Nós, da Receita Federal, estamos acompanhando várias vertentes, esse prédio,
uma fazenda no Mato Grosso do Sul - disse Oliveira Lima.
Segundo ela, Palocci continuou a atuar após a Lava-Jato,
em mensagens "criptografadas" com o grupo Odebrecht. Interessante
ressaltar o montade de valores repassados ao Palocci, que chegam ao montante de
R$ 128 milhões _ disse a procuradora.
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