Hoje amanheci lendo o artigo “O Mal e a Mente” de autoria
de Ricardo Orestes Forni. Bom artigo!
Ricardo Orestes Forni é médico e escritor espírita.
Veja a análise do Dr. Forni lendo seu artigo aqui no meu blog,
nesta manhã de outubro:
O Mal e a Mente.
Não somos na intimidade o que somos em público.
• Ricardo Orestes
Forni
“A mente, exteriorizando os níveis psicológicos, é
responsável pelas atitudes, por expressar a realidade espiritual de cada um.” –
Joanna de Ângelis.
Coincidindo parcialmente, é claro, com a colocação de
Joanna, encontramos na revista VEJA em sua edição de número 2335, de 21 de
agosto de 2013, a opinião de um psicólogo americano que afirma que o mal está
em todos nós, mais precisamente, segundo Freud, na própria natureza da mente
humana. Philip Zimbardo pesquisou na Universidade Stanford, nos anos 70, quais
ambientes e situações estimulam de forma decisiva a expressão do lado ruim de
cada um. “Freud dizia que a tendência a destruir e a praticar o mal tem suas
raízes na própria natureza humana e que todos nós, sem exceção, carregamos um
componente que incita a maldade. Os pensadores que vieram depois reforçaram
essas descobertas, ao concluir que o mal está no caráter, na personalidade. Ou
seja, ele repousa dentro das pessoas – e pode vir à tona ou não”, coloca o
psicólogo.
O mal está dentro do corpo ou fora dele? A mente é um
produto do cérebro como a bile o é do fígado e a urina dos rins? Sendo a mente
oriunda no Espírito ela é tetradimensional e não poderia estar contida num
espaço tridimensional – o cérebro. Já, ao contrário, a bile cabe no fígado e a
urina nos rins. A mente sendo produto da personalidade, segundo diversos
pesquisadores, é uma elaboração que não está contida na matéria, mas transcende
a ela. E se o mal nasce nela, o mal é extracerebral. A personalidade é a faceta
visível de um Espírito naquela reencarnação, sendo produto da individualidade
imortal que é esse mesmo Espírito. Personalidade (alma) é a roupagem da atual
existência da individualidade (Espírito). Segundo nos ensina Hermínio C. de
Miranda em seu livro Alquímía da Mente, a individualidade (Espírito) mergulha
parcialmente na matéria se apresentando nela através dessa personalidade.
Mantém, entretanto, uma outra parte conectada com a realidade cósmica que
muitos denominam de inconsciente coletivo e que é um inconsciente mais lúcido
do que pode supor a nossa vã filosofia, o nosso orgulho e vaidade alimentados
pelo nosso microscópico saber.
Em um outro trecho da mesma reportagem o psicólogo afirma
que os estudos demonstram que não mais do que 10% das pessoas conseguem
permanecer imunes a situações que as compelem a agir de forma má. Se
considerarmos que a população espiritual vinculada a um planeta de provas e
expiações como o nosso é de Espíritos de pouca evolução moral, esse dado
estatístico também não causa surpresa a nenhum espírita. Quantos Chicos,
Divaldos, Madres Teresa de Calcutá, Mahatma Ghandi, Albert Schweitezer podem
existir entre os bilhões de Espíritos encarnados e desencarnados que estudam no
educandário da Terra? Os dez por cento do estudo citado pelo psicólogo são até
demais.
Em um novo questionamento o psicólogo afirma que mesmo
aqueles indivíduos que todos consideram boas pessoas estão sujeitos a se
converter ao mal dependendo das condições que encontram pela vida. E essa
afirmativa também é endossada pelo fato de que a personalidade de uma
existência pode apresentar um verniz que mascara a individualidade que é o
Espírito. Dependendo das agressões que receba, pode reagir de forma diferente.
Não somos na intimidade o que somos em público. Pode ser até que assim o
desejássemos. Mas, enquanto a personalidade (alma) não traduzir plenamente a
individualidade (Espírito), assim continuará acontecendo.
O mal, segundo Joanna de Ângelis, é remanescente dos
instintos agressivos, predomina enquanto a razão deles não se liberta, sob a
dominação arbitrária do ego, que elabora interesses hedonistas, pessoais, impondo-se
em detrimento de todas as demais pessoas e circunstâncias.
Se tudo ficou muito confuso nesse artigo até aqui,
relembremos dois ensinamentos de O Livro dos Espíritos fáceis de serem
compreendidos. O bem é tudo aquilo que está conforme a lei de Deus, e o mal
tudo aquilo que dela se afasta. Se a dúvida persistir, analisemos se o que
estamos fazendo gostaríamos de receber para a nossa própria pessoa. O outro
ensinamento é o de que o homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos
seus esforços, por fracos esforços. Não são fáceis de serem compreendidos?
Disse que são fáceis de serem compreendidos, mas quanto a sua aplicação em
nossas vidas!...
A última pergunta de O Livro dos Espíritos ensina que o
bem reinará sobre a Terra quando os bons vencerem sobre os maus. O que, na
minha desvalida opinião, ocorrerá quando vencermos a nós mesmos.
Fonte- Revista Internacional do Espiritismo de março de
2014.
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