Carlos Chagas
É bobagem chamar de apenas insignificante o último
episódio no capítulo da carne podre desvendado pela Polícia Federal. Perdeu o
presidente Michel Temer mais uma oportunidade de ficar calado. Ainda mais
porque nas investigações começa a aparecer a presença de políticos governistas
pela nomeação de altos funcionários do ministério da Agricultura indicados por
deputados e senadores que o dinheiro sujo dos frigoríficos costuma irrigar.
A Polícia Federal reagiu, ontem, contra a tentativa do
Executivo de minimizar a nova denúncia de roubalheira no setor de exportação de
carnes. E outros. Quatro senadores estão sob vigilância por envolvimento em
negócios ilícitos variados, como a prestação de serviços de segurança, limpeza
e sucedâneos a órgãos públicos.
Indaga-se da hipótese de continuar o entrevero entre a
denúncia e sua camuflagem, cuja conclusão será a desmoralização das
instituições.
O Supremo Tribunal Federal autorizou a investigação sobre
pessoas ligadas aos senadores Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Waldir Raupp e
Humberto Costa. Com a retaguarda garantida, logo surgirão através da Polícia
Federal evidências da participação parlamentar em muita atividades fajutas, por
meio de seus prepostos ou diretamente.
Aguarda-se a reação do Congresso na defesa de seus
integrantes, culpados ou inocentes, mas a verdade é que a Polícia Federal não
se intimidou e prepara-se para seguir adiante.
Em suma, dentro do próprio governo a briga é de foice em
quarto escuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog só aceita comentários ou críticas que não ofendam a dignidade das pessoas.