Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.*
A ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
condenaram esta sexta-feira o uso excessivo de força pela polícia militar para
reprimir manifestações e protestos no Brasil.
Em comunicado conjunto, o representante do escritório
regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra, pediu ao Estado brasileiro que redobre
os esforços para promover o diálogo e proteger o direito à manifestação
pacífica.
Liberdades
Incalcaterra disse que "a manifestação pacífica é
uma forma de participação própria das sociedades democráticas, onde as pessoas
podem exigir seus direitos e exercer ativamente suas liberdades de opinião e
expressão".
O Escritório Regional das Nações Unidas e a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos são contra todos os atos de violência e
pedem que os manifestantes exerçam seus direitos de forma pacífica.
A ONU demonstrou preocupação também com o uso excessivo de
força policial em operações relacionadas a conflitos de terras e no contexto da
remoção urbana de dependentes químicos e usuários de drogas na chamada
Cracolândia, em São Paulo.
Bombas de gás
O Escritório Regional de Direitos Humanos diz que essa
operação incluiu a demolição de um prédio que estava ocupado, despejo de
moradores e comerciantes da região e uso de bombas de gás e balas de borracha
para reprimir essas pessoas.
No caso dos conflitos de terra, a ONU cita que 10 pessoas
foram mortas em 24 de maio durante uma operação de despejo das polícias civil e
militar para retirar trabalhadores sem-terra de uma fazenda no Pará.
Para a ONU, as armas de fogo devem ser excluídas dos
dispositivos utilizados no controle de protestos sociais. O uso desse tipo de arma
é uma medida extrema e não deve ser utilizado, exceto em ocasiões em que os
policiais não possam deter aqueles que ameçam a vida de outras pessoas.
As duas organizações querem que as autoridades
brasileiras abram investigações para julgar e punir os responsáveis.
*Com informações da ONU Brasil.
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