Câmara Municipal é território livre para o exercício da liberdade e da democracia...
A Câmara Municipal de Curitiba foi cercada por ordem dos que
deveriam garantir a liberdade e a democracia.
Peço ao Brasil que leia esta matéria abaixo...
Li e republico a posição dos vereadores que não apoiam esse ato de força... Republico abaixo:
Vereadores criticam ajuste fiscal e cercamento da
Câmara
Vereadora Josete |
“Desde 1985 sou servidora e é a primeira vez que vejo a
Câmara cercada”, declarou Professora Josete (PT) durante a sessão plenária
desta segunda-feira (12). Segundo a parlamentar, o ato pode ser encarado como
“autoritário” e que este tipo de atitude não pode ser visto de forma natural
“como se nada estivesse acontecendo”. A vereadora se refere às medidas de
segurança tomadas pela Comissão Executiva da Casa, como a colocação de cancelas
e grades ao redor dos prédios da Câmara, com o intuito de preservar a segurança
dos servidores (leia mais). No entendimento de Professora Josete, medidas como
esta levam a um maior “acirramento” entre servidores e vereadores. “Não é a
melhor forma de conduzir”, reclamou.
Para o vereador Cacá Pereira (PSDC), deveria se garantir
o direito à democracia e liberdade de expressão, sem haver retaliações. “O
papel do vereador é legislar e fiscalizar. Somos o elo entre a população e os
órgãos públicos. Temos sim que economizar. Mas economizar com os servidores
públicos? Quantos filhos são cuidados por estes mesmos servidores?” questionou
o vereador. Ele disse que não aceita ser chamado de oportunista, como disse que
vem ocorrendo, e que sua postura não pode ser de “falar uma coisa e fazer
outra”.
“Não dá para votar uma coisa na legislatura passada e
agora vir aqui e votar outra. Vou votar sim contra o 'pacotaço'. E para quem
aqui fica criticando sindicalista, não esqueçam que foram os sindicalistas que
conquistaram o direito ao 13º salário. E os vereadores aqui defendem o direito
de receber seu próprio 13º salário” defendeu Cacá Pereira.
“Como se fosse a solução para a crise financeira retirar
direitos adquiridos. Como é que ficam os planos [de carreira] aprovados por
vários vereadores que estão aqui”, referiu-se Felipe Braga Côrtes (PSD) na
tribuna ao projeto de ajuste fiscal encaminhado pelo prefeito à Câmara
Municipal. Segundo o vereador, o projeto que trata da Lei de Responsabilidade
Fiscal do Município (002.00020.2017), em especial, traz diversas “pegadinhas”,
que devem afetar a carreira do funcionalismo público ao longo dos anos.
“Lá fora estão pessoas que nunca participaram de uma
greve, pois dessa vez irá prejudicar demais o futuro de cada funcionário. Que
cada vereador entenda e reflita sobre a votação de amanhã”, pediu. “Não é
cortando reajuste salarial e avanços nas carreiras que poderemos dar o tom nos
investimentos na prefeitura. Há contratos que podem ser revistos”, sugeriu
Braga Côrtes.
“Enquanto come filé argentino e bebe vinho a cidade está
pegando fogo”, reclamou Noemia Rocha (PMDB), citando matéria do site Gazeta do
Povo sobre a viagem do prefeito Rafael Greca à Argentina, na última semana.
Para a vereadora, a prefeitura tem outras maneiras de melhorar suas receitas
sem precisar prejudicar o funcionalismo.
“São 622 hotéis isentos do pagamento do IPTU, assim como
96 mil unidades comerciais. Há isenção para quase tudo, até para embaixadas,
que são poderes ricos”, argumentou a parlamentar. “Os servidores têm sido
colocados como vilões do deficit, mas observamos medidas singelas no sentido de
rever melhorias na arrecadação do Município. Temos mais de R$ 5 bilhões em
dívidas ativas”, acrescentou Professora Josete.
Durante a sessão plenária, não houve contraponto. Em
entrevista à imprensa, o presidente da Câmara, Serginho do Posto (PSDB), disse
que as grades foram colocadas “para assegurar a segurança de todos e manter os
serviços da Câmara em funcionamento”. Elas foram instaladas no início da manhã
desta segunda-feira (12).
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