sexta-feira, 21 de julho de 2017

OIM na Itália alerta sobre casos de migrantes exploradas sexualmente

Em relatório, agência diz que o país europeu registrou aumento de 60% no número de vítimas em potencial de tráfico sexual; as chegadas ocorrem pelo mar e a maioria das vítimas é da Nigéria.


Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Um relatório da Organização Internacional para Migrações, OIM, alerta que muitas mulheres nigerianas, que chegam à Itália pelo mar, estão sendo vítimas de tráfico sexual.

No documento, divulgado em Roma nesta sexta-feira, a OIM revela que o número de casos potenciais de tráfico humano para fins sexuais aumentou quase 600%. A tendência continuou no primeiro semestre deste ano.

Dados

E de acordo com a agência, muitas vítimas são meninas e menores de idade.

A OIM analisou o tráfico da rota central do Mediterrâneo. Segundo o relatório, o abuso dessas meninas já começa durante a viagem para a Europa.

A agência estima que 80% das vítimas sejam da Nigéria. Os dados foram coletados nos locais de registros e centros de recepção desses migrantes no sul da Itália.

O diretor da OIM para o Mediterrâneo, Federico Soda, disse que o tráfico de seres humanos é um crime transnacional que arrasa a vida de milhares de pessoas e causa um sofrimento indescritível.

Solo italiano

Já a gerente de projetos Carlotta Santarossa afirma que o relatório demonstra as dificuldades de proteger as vítimas e as fragilidades que foram identificadas ao analisar vários casos tratados pela OIM.

O pessoal da agência atuando na Sicília e outras áreas é o primeiro ponto de contato das vítimas de tráfico humano assim que eles pisam em solo italiano. Com isso, a OIM obtém um lista de indicadores.

A maioria das migrantes vítimas desse tipo de crime tem entre 13 e 24 anos. As meninas vêm do estado Edo, mas também de outras partes da Nigéria como Delta, Lagos, Imo e outros.

Entrevista

As vítimas de tráfico humano para fins sexuais são as mais silenciosas e submissas. 

Algumas vezes, elas parecem estar controladas por outros migrantes que falam por elas ou se recusam a deixá-las a sós para a entrevista com o pessoal da OIM.

A maioria das vítimas também não quer revelar a experiência do abuso ou participar de programas de segurança oferecidos pela agência.

Muitas mulheres têm medo de retaliação por parte dos traficantes à família que ficou na Nigéria ou de crenças com rituais de vodu. Muitas vítimas aparentam sinais de traumas e de distúrbios psicológicos.

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