Carlos Morais
Como a Umbanda é uma religião que trabalha com os
elementos da natureza, não poderia faltar o poder das ervas ritualísticas nos
nossos terreiros para diversas finalidades. O uso das ervas na Umbanda começou
com a própria manifestação dos caboclos e pais-velhos que trouxeram seus
conhecimentos de encarnações anteriores como antigos magos, bruxos,
feiticeiros, erveiros, pajés, etc através de seus médiuns que também já tinham
gravado em seus corpos mentais essas vivências anteriores no uso das ervas.
Através da reencarnação começaram a nascer, em meio ao
serrado e nas periferias do nosso solo brasileiro, espíritos já conhecedores
das forças das ervas, conhecidas como benzedeiras, que entre os anos 1950 e
1990 foram verdadeiras “médicas físicas e espirituais”. Povoando vários
recantos do nosso país, tratavam de todos os tipos de males que apareciam,
principalmente fazendo uso das plantas medicinais. Detinham amplo conhecimento
na utilização de raízes, flores, sementes e qualquer outra parte das plantas,
conseguindo assim, associá-las aos problemas verificados naquele momento.
Adicionalmente, como nossa cultura brasileira foi
sedimentada na cultura do negro com um pouco da cultura europeia, os candomblés
também eram muitos e, por isso, o conhecimento das ervas, e suas ligações com
os orixás da natureza, foi se expandindo em todo o país, fixando-se através da
disseminação da informação.
Somando todas essas forças, a Umbanda veio fortalecer e
transformar o conhecimento cultural e popular em ciência e estudo. Os caboclos
e os pretos-velhos começaram a nos ensinar mais detalhes a respeito das forças
das ervas, de seu bioplasma e do que elas eram capazes, consequentemente nós
Umbandistas começamos a escrever, estudar e criar uma metodologia própria de
trabalho, baseada nessa ciência espiritual que se transforma em remédio para a
alma de todos aqueles que adentram os terreiros de todo o Brasil.
Sabendo que a mediunidade na Umbanda é uma via de mão
dupla, na qual o médium é responsável pela comunicação e por tudo aquilo que
faz, tornando-se um trabalhador proativo da grande espiritualidade superior,
ele deve estudar e se aperfeiçoar nos conhecimentos das mais diversas áreas da
saúde e espiritualidade, dando mais qualidade ao seu mediunismo e atuando de
forma mais objetiva, clara e coesa com os guias que utilizam nosso mental para
ajudar todos aqueles que precisam.
Texto autoral de Carlos Morais.
- Fonte: Toques de Aruanda -
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