Quando atravessarmos o umbral
Diário Espírita de hoje
Quando atravessarmos o umbral que separa a matéria do Espírito, não haverá títulos, cargos ou credos capazes de responder por nós. Diante da luz maior, as vestes do corpo se desfazem, e o que permanece é apenas o que fomos em essência, o bem que semeamos, as lágrimas que enxugamos, os corações que amparamos no silêncio das nossas horas.
Ninguém nos perguntará qual era a nossa religião, mas sim, quanto de amor conseguimos transformar em gesto. O Céu não se mede por dogmas, mas por atitudes. A fé verdadeira não está nas palavras que pronunciamos, mas nas mãos que estendemos, nos perdões que concedemos, na paciência que exercitamos mesmo quando o mundo parece injusto.
O plano espiritual é espelho. Nele veremos refletido tudo o que fomos capazes de doar sem esperar retorno, e também tudo o que negamos quando o orgulho nos cegou. A cada alma será mostrada a colheita do seu próprio plantio e ali compreenderemos que não existe religião mais elevada do que o amor, nem templo mais sagrado do que o coração que aprende a servir.
Que possamos, ainda aqui, aprender a viver com humildade e compaixão, porque a morte não nos transforma, apenas nos revela. E quando enfim voltarmos à pátria espiritual, que nossos passos possam brilhar não pela crença que seguimos, mas pela luz que espalhamos no caminho.
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