sábado, 18 de outubro de 2025

Quem matou o Brasil?


Quem matou o Brasil?

Alex Pipkin, PhD em Administração

Era uma vez um país que se preparava para o grande desfecho. Telões erguidos nas praças, famílias reunidas, olhos vidrados na tela. O país queria saber “quem matou o Brasil”, que poderia ter sido. Mas quando a mesma nação não se mobiliza pela própria saúde física, econômica e mental, já se revela algo sintomático. O drama real não está nos palcos iluminados, mas nos corredores escuros de ministérios e nas planilhas frias do déficit público.

O crescimento econômico, motor esquecido da vida digna, da geração de empregos e de salários que permitam sonhar, fora visto pela última vez acorrentado ao Ministério da Economia verde e amarelo, soviete — ignorante econômico, incompetente e ideológico. A esperança, coitada, transitava de carona em discursos surrados, embalados por chavões como “igualdade” e “justiça social”, enquanto a liberdade, já ceifada, era vigiada pelo coluio entre governo lulopetista e ditadura da toga, onde políticos se travestem de ministros e a lei se transforma em mero detalhe.

O controle fiscal foi encontrado sem vida, estrangulado por um amontoado de ministérios. Com a disciplina fiscal eliminada e cancelada, o déficit público beira os 80% do PIB; surreal. Sob a retórica da “justiça social”, 94 milhões de pessoas vivem das esmolas estatais, transformadas em servos do Estado, terceirizando suas vidas ao Leviatã e tornando-se cabrestos eleitorais. O Estado hipertrofiado festejava com as estatais, legítimos cabides de emprego, fontes de corrupção, desperdício de recursos e serviços medíocres. Correios, Petrobras, Eletrobras, todos cenários de incompetência, palcos de escândalos.

A plateia aplaudia por hábito, mas certamente por ser incauta, desinformada e desesperada, ávida pelas soluções mágicas de curto prazo. Nos bastidores, os conspiradores celebravam. Chamavam-se “servidores do povo”, mas viviam do suor alheio, gozando daquilo que diziam condenar. Usufruindo do que criticavam, o “capitalismo selvagem” era demonizado, enquanto defendiam pobres e multiplicavam dependentes, porque a pobreza é o principal mote da narrativa e precisa ser perpetuada. Juravam combater o privilégio, mas socialismo era para o povo, enquanto as benesses do capitalismo se concentravam numa deselite podre.

A moralidade morreu de vergonha, assistindo à corrupção desfilar em carros oficiais, e nas palavras e ações da “grande dama” Janja. A dignidade não resistiu ao espetáculo diplomático; abraços a tiranos do tipo ideal venezuelano, salamaleques a terroristas do Hamas. A verdade é que Israel, a única democracia do Oriente Médio, não cometeu genocídio algum. O que mata lentamente um povo são políticas populistas, que nunca deram certo e não darão, ideológicas e contrárias à sabedoria econômica. Isso é que de fato mata a prosperidade na republiqueta verde e amarela, e vermelha.

A verdade econômica foi assassinada com requintes de crueldade, acusada de elitismo, apedrejada por quem confunde inveja com virtude. A coesão social estava em frangalhos, reproduzindo a conhecida estratégia marxista, dividindo o país em tribos de ressentimento.

A sanha tributária, único item do “plano de não ter plano”, é o esporte favorito de um governo perdulário e ideológico, onde impostos escorchantes matam mais do que doenças, tirando a comida da mesa do trabalhador, o dinheiro do seu bolso e a chance de prosperar andando com suas próprias pernas. O assistencialismo escorchante transforma cidadãos independentes em dependentes, enquanto a inflação corrói quem produz, a educação forma militantes inebriados pelos fantasmas da opressão. A liberdade de expressão, evidente, foi expulsa das universidades, claramente de viés marxista, especialmente nas públicas, mas também nas privadas.

Quando os créditos subiram, um silêncio tomou conta das ruas. Pela primeira vez, talvez a plateia percebesse o óbvio ululante: o assassino não estava no palco — estava na plateia. O narrador concluiu, com ironia amarga: “Vale tudo, e talvez por isso, nada mais valha”.

Eu honestamente não sei se Odete Roitman morreu ou está viva. Mas o que eu seguramente sei é que, na triste realidade brasileira, a moral, o crescimento econômico e a dignidade estão, efetivamente, mortas.

Longe de me considerar dono da verdade, presumo saber quem matou o Brasil.


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