Após as críticas Dunga e Gilmar Rinaldi, por causa de suas
insinuações de que as convocações da Seleção Brasileira sofrem interferências
de empresários, Romário se defendeu por meio de sua conta no Facebook, nesta
terça-feira. O técnico da Amarelinha e o coordenador de seleções da CBF pediram
provas das acusações ao senador, e ele usou a matéria de um grande jornal em
sua defesa.
- Estão me pedindo provas, não preciso ir muito longe, o
jornal O Estado de S. Paulo tornou público um contrato da CBF com a empresa a
ISE, para a realização de amistosos da Seleção Brasileira. Está explícito no
contrato que a lista de jogadores convocados atende a critérios estabelecidos
pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em
"mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o
jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor
de marketing'' do substituído – escreveu o baixinho na rede social, que ainda
questionou.
- Quem define quais jogadores convocados? O técnico ou os
parceiros comerciais?
Romário também rebateu um desafio feito por Rinaldi no
programa 'Bem, Amigos', da SporTV. Na ocasião, o dirigente pediu que o senador
abrisse mal de sua imunidade parlamentar e mostrasse suas contas.
- Ontem, em um programa de TV, ele (Gilmar Rinaldi) afirmou
que abriria o sigilo bancário dele se eu abrisse mão da minha “imunidade
parlamentar” e abrisse minhas contas. Cabe esclarecer diante da total
ignorância deste senhor sobre a imunidade parlamentar. A Constituição
Brasileira preconiza em seu artigo Art. 53: “Os Deputados e Senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e
votos”. Ou seja, imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a abertura
do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita – postou Romário,
aproveitando para disparar contra Rinaldi.
- Sou senador da República, legitimado por quase 5 milhões
de pessoas, enquanto ele foi indicado para um cargo em uma entidade corrupta
depois de ter sido um jogador e empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de
coordenador da seleção porque foi indicado por pessoas como José Maria Marin,
que está preso na Suíça, e Marco Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que
desafiar seus iguais, pessoas iguais a ele.
Veja o texto publicado por Romário na íntegra:
Na última semana, concedi uma entrevista ao jornal italiano
Gazetta Dello Sport. Fiz duras críticas à convocação de jogadores na Seleção e
mantenho minha posição. As convocações têm sido motivadas por forte interesse
financeiro.
Estão me pedindo provas, não preciso ir muito longe, o
jornal O Estado de S. Paulo tornou público um contrato da CBF com a empresa a
ISE, para a realização de amistosos da Seleção Brasileira. Está explícito no
contrato que a lista de jogadores convocados atende a critérios estabelecidos
pelos parceiros comerciais e qualquer substituição precisa ser realizada em
"mútuo acordo" entre CBF e empresários. O contrato deixa claro: o
jogador que substituir um "titular" precisa ter o mesmo "valor
de marketing'' do substituído.
Onde ficam os critérios técnicos? Quem define quais
jogadores convocados? O técnico ou os parceiros comerciais?
Sobre Gilmar Rinaldi, tenho todo direito de afirmar que ele
não deveria ocupar o cargo de coordenador da seleção brasileira. Até um dia
antes dele ser anunciado para a função, Gilmar Rinaldi era empresário de
jogador de futebol. Não acredito na isenção dele para o cargo. Ontem, em um
programa de TV, ele afirmou que abriria o sigilo bancário dele se eu abrisse
mão da minha “imunidade parlamentar” e abrisse minhas contas. Cabe esclarecer
diante da total ignorância deste senhor sobre a imunidade parlamentar. A
Constituição Brasileira preconiza em seu artigo Art. 53: “Os Deputados e
Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos”.
Ou seja, imunidade parlamentar não tem nenhuma relação com a
abertura do meu sigilo bancário. Sobre mim não pesa nenhuma suspeita.
Gilmar Rinaldi tem que se colocar no lugar dele. Sou senador
da República, legitimado por quase 5 milhões de pessoas, enquanto ele foi
indicado para um cargo em uma entidade corrupta depois de ter sido um jogador e
empresário medíocre. Ele só ocupa o cargo de coordenador da seleção porque foi
indicado por pessoas como José Maria Marin, que está preso na Suíça, e Marco
Polo Del Nero, outro alvo do FBI. Ele tem que desafiar seus iguais, pessoas
iguais a ele.
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