Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora – MG
“Eu sei que meu trabalho é como uma gota no oceano, mas,
sem ele, o oceano seria menor”. (Madre Teresa de Calcutá) Parece que esta frase
norteava a sua vida, uma vida humilde construindo grandiosidades, um exemplo de
que a humildade enaltece. Na verdade, ela não é de Calcutá e seu nome não é
Teresa, mas, como “soldado de Cristo”, esse foi seu nome de guerra.
Madre Teresa nasceu em 25 de agosto de 1910, na cidade de
Escópia, na atual Macedônia. Seu nome de batismo é Agnes Gonxha Bojaxhui.
Pertenceu a uma família católica, sendo a mais nova entre três irmãos. Em seu
país, havia várias etnias e religiões. Certamente, seu crescimento e convívio
num meio tão pluralista preparavam-na para ser aquela santa hospitaleira que
acolhia qualquer pessoa necessitada, sem distinção de nacionalidade, raça,
religião ou status, seguindo a palavra de Jesus: “Curai os doentes, ressuscitai
os mortos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça daí!”
Teresa ingressou na vida religiosa com 18 anos, com
grande desejo de ser missionária. Quando foi enviada para a Índia, aconteceu o
que ela designou “o chamado dentro do chamado” em que Jesus lhe comunica
interiormente o desejo de que ela cuide “dos mais pobres dentre os pobres”,
fundando uma congregação religiosa, as “Missionárias da Caridade”.
A pedra de toque da santidade é a humildade. Ela jamais
divulgou suas graças interiores, que só vieram à tona no processo de
beatificação.
Sempre viveu pensando que a melhor forma de evangelizar
começa com o exemplo prático da caridade, desinteressada, gratuita, seguindo os
passos de Jesus.
Madre Teresa tinha muita fé na Providência divina. Na
década de 1970, houve muitas inundações em Calcutá, deixando desabrigados e
famintos por toda parte. E ela, com a ajuda de suas companheiras da
congregação, conseguiu fazer cessar a chuva, através da oração.
Seu amor abrangia a todos e, mesmo dando preferência aos
mais necessitados, esse amor não era exclusivo dos pobres. Ela não queria um
choque de classes, mas “um encontro”, para que os ricos salvem os pobres e os
pobres salvem os ricos.
Madre Teresa faleceu a 5 de setembro de 1997, com 87
anos, unanimemente reconhecida como santa da misericórdia.
Estou em Roma para participar da canonização desta santa
que muito me inspirou a viver a simplicidade do Evangelho e a austeridade da
consagração episcopal. Na minha vida de Bispo sempre me inspirei na sua
delicadeza e na sua misericórdia para transmitir a graça santificante de Deus.
O Papa Francisco vai presidir sua canonização em Roma no mesmo dia em que se
celebra o Jubileu dos Voluntários e Trabalhadores da Misericórdia, nesse
domingo dia 4 de setembro. Eu mesmo que presido uma instituição que é a maior
rede de caridade em atendimento aos mais pobres no Brasil me insiro dentro
deste jubileu realizando o meu jubileu em nome dos meus mais de vinte mil colaboradores.
Que Santa Madre Teresa rogue por cada um de nós e por
este mundo tão carente de amor, e que nós saibamos aprender com seu exemplo!
Amém!
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