(do Portal Minha Umbanda - 25 / 05 / 2009)
Muito se fala sobre o UNIVERSALISMO ESPIRITUAL e falam como
sendo algo utópico, algo muito além e muito distante de nossa realidade. Mas
será que o Universalismo Espiritual está tão distante assim?
Para responder a
isso precisamos primeiro saber o que é universalismo, então vamos lá!
Universalismo: relativo à universal que pertence a todo o universo, ao cosmos;
que se estende a tudo ou por toda a parte; comum a todos os homens; que é
aplicável a tudo; que advém de todos; que não se atem a uma especialidade; que
abrange por inteiro um campo de conhecimento; que é adaptável ou ajustável de modo que possa atender a
diferentes necessidades; ecumênico. E agora, o Universalismo Espiritual está
distante de nós? É claro que não! E, na minha opinião, ele é a essência da
Umbanda.
A Umbanda é uma religião Universalista, onde não se admite
racismo, preconceito ou intolerância religiosa. Ela está, assim como a própria
representação de Oxalá, de braços abertos recebendo, agregando e amparando todo
e qualquer espírito que queira evoluir e manifestar a Força de Deus. Na Umbanda
manifestam-se espíritos vindos de todas as outras religiões e regiões do
planeta: são hindus, árabes, judeus, budistas, cristãos, índios brasileiros,
negros africanos e até grandes magos ou sacerdotes. Esses espíritos dotam-se de
nomes simbólicos e são identificados perante as qualidades dos Orixás. Assim,
vemos hoje na Umbanda, por exemplo, um antigo e sábio hindu se manifestando
como um Caboclo, ou um renomado doutor se manifestando como um Preto-velho, ou
ainda um grande mago ou sacerdote se manifestando como Exu, sem preconceito
algum, apenas trabalhando e manifestando as qualidades e atributos específicos
da Divindade Suprema – Deus – transcendendo todas as religiões espalhadas no
plano material e sustentando a evolução de toda a humanidade de forma única e
universalista.
A Umbanda surge aberta a toda e qualquer entidade que queira
ou precise se manifestar, independente daquilo o que tenha sido em vida “todos
serão ouvidos e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e
ensinaremos os que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos
não”. Estas são palavras do espírito que se apresentou como Sr. Caboclo das
Sete Encruzilhadas, fundador da Umbanda no plano material ao oficializar, em
1908, o primeiro centro umbandista, a Tenda Nossa Senhora da Piedade. E ele
continua: “pois da mesma forma que Maria amparou nos braços o seu filho querido,
também serão amparados os que socorrerem a Umbanda”.
A Umbanda é uma religião Espírita, pois como define Alan
Kardec, no Livro dos Médiuns: “Espírita, é aquele que crê no espírito e nas
suas manifestações”. Ou seja, todo aquele que acredita na manifestação de
espíritos, segundo o próprio Kardec, é espírita! A Umbanda também é uma
religião Cristã, pois a Umbanda acredita e aceita a existência de Jesus Cristo
como o maior médium que já existiu, seguindo seus ensinamentos e seu mandamento
maior: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a um irmão, não
fazendo a esse irmão aquilo que não queremos que façam conosco”. A Umbanda
nasceu em meio aos Cultos de Nação e ao Candomblé, mas cultua Orixá de forma
diferente. No Candomblé os Orixás têm aspectos humanos, são relacionados a
lendas e cultuados com grandes festas, com muita dança, canções e comida. Na
Umbanda é uma heresia comparar Orixás a seres humanos tornando-os ruins e
punitivos, justificando, assim, erros e desequilíbrios próprios do homem. Na Umbanda,
Orixás são manifestadores dos Mistérios de Deus e em suas incorporações
realizam todo um trabalho Divino em auxilio à comunidade. Resumindo, no
Candomblé se cultua os Orixás e na Umbanda se “trabalha” com os Orixás.
Jêjes, nagôs, ketos, minas, bantos, indígenas, católicos,
espíritas e muitos outros povos e religiões contribuíram com a Umbanda, não
importando se creem em Orixás, Voduns, Nkisis, Pajés, Santos etc.
Na Umbanda Espíritos de Luz não são eguns e não se
apresentam como mentores ou doutores, mas sim como Guias Espirituais. Exus não
são escravos, não trabalham fora da Lei Divina e obedecem a uma única ordem: a
dos Sagrados Orixás, são espíritos de tanta luz e de tanta sabedoria quanto os
Pretos Velhos ou Caboclos. Na Umbanda não se utiliza do sacrifício de animais e
não é através do jogo de búzios que conseguimos respostas e conselhos
espirituais. O Ritual da Umbanda é simples e até impressiona como se é
realizado. A onipresença dos Sagrados Orixás é percebida por todos da corrente
mediúnica e através dessa presença, do amor, da caridade, da bondade, da
fraternidade, da dedicação, da disciplina e do estudo é que TUDO se realiza,
atributos esses necessários a todos que queiram sentir e se beneficiar dessa
Onipresença Divina.
Uma Umbanda esclarecida e estudada em conceitos universais é
a união de todas as correntes astrais e de todas as linhas de pensamentos que
têm norteado a humanidade e harmonizado todas as religiões. O médium que não
entende a Religião de Umbanda como a mais ecumênica das religiões e que não
respeita todas as outras religiões, não é um verdadeiro médium de Umbanda. Uma
Umbanda esclarecida e estudada em conceitos universais é a melhor garantia de
que um “papa” não criará seu trono particular dentro da Umbanda e que não
ditará dogmas que assegurarão o domínio da fé e da mente de muitas pessoas.
A Umbanda é única, é o micro realizando o macro.
Axé a todos que conseguem trabalhar e aceitar a Umbanda sem
distinção espiritual e como uma religião eclética e Divina.
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